A 20ª edição da Parada do Orgulho LGBT ( lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) realizada em S. Paulo que levou, dizem, 2.5 milhões de pessoas, entre militantes declarados do homossexualismo e agregados, desfilarem na região central da Capital Paulista, principalmente, com suas fantasias, “ao som de hits gays” e outros folhos, chamou a minha atenção, em particular, pelo crescimento fenomenal, bem como pela adesão de grande parte da sociedade. De fato, este último evento, no Brasil, destaca-se entre os maiores do mundo, iguais aos de San Francisco (EUA) e Toronto (Canadá).
Historicamente o homossexualismo teria surgido como prática, na antiga cidade de Sodoma, na extremidade sul do mar Morto. Os primeiros habitantes de Sodoma, a Bíblia documenta (Gênesis 19), jovens e velhos, estavam envolvidos pesadamente no homossexualismo. Mais tarde esse tipo de atividade sexual se espalhou pela Síria, Frigia, Assíria, Babilônia.
Na Grécia Antiga, p. exemplo, para onde remeto o meu pensamento, a história da literatura universal sinaliza que a origem da comédia, inserida nos anais da poesia dramática grega, trazia na prática essas festas ou festim (dança furiosa) e deboche, que modernamente é sinônimo de “farsa”, “teatro” e “dissimulação”. A comédia nasceu das festas dionisíacas e a elas esteve ligada durante todo o período clássico. A propósito, o termo comédia vem do grego e significa também procissão, marcha. Daí, as festas ao deus Dionísio.
Efetivamente, naquelas festas, sucediam momentos de alegria desenfreada, em que a massa irrompia em gritos de contentamento, vestindo-se homens e mulheres carnavalescamente. Nesse bacanal, o povo entoava uns cantos fálicos, e saia em procissão pelos campos levando à frente o Falo (do grego Phallos), representação do pênis, como símbolo da fecundidade da natureza, entre alguns povos do Oriente. As festas fálicas, que segundo Aristóteles, deu origem à comédia, tinham por fim fazer uma celebração alegre do poder do deus da vinha.
No mesmo contexto, encontramos o lesbianismo, por exemplo, que como termo indica a prática homossexual entre mulheres, é antigo e têm em Safo, que viveu no VI século antes de Cristo, talvez a sua primeira representante. Safo nasceu, provavelmente em Eresso, cidade da ilha de Lesbos. Essa ilha fica ao largo da costa noroeste da Turquia. Também chamada de Mitilene. Safo foi decantada nos versos de Alceu, seu contemporâneo. Em texto poético, ele dizia: “Casta Safo, das tranças de violeta, do doce sorriso, eu tenho algo para te dizer, mas a vergonha me impede.”
Safo, foi poetisa do amor e da beleza, e como tal, em sua época, ninguém a suplantou, notadamente nos poemas românticos: “Lírica autêntica, ardente de paixão, suave de ternura; às vezes jocosa, mas sempre melodiosa na forma; aos seus fragmentos está assegurada uma modernidade ininterrupta, que é quanto direi a eternidade”.
Em Mitilene, Safo instituiu uma escola, verdadeira “casa das Musas”, na qual ensinava música, poesia e dança a moças de famílias nobres. Há quem pense que Safo tenha organizado uma associação feminina cuja finalidade era praticar o culto à deusa Afrodite. Assim, a difusão da homossexualidade na antiguidade e os amores que a poetisa pintou nas suas telas levam a essa suposição. Mas não passa de conjectura: nada há que prove isso.
Conclui-se que os que praticam a homossexualidade, a despeito do ódio intolerante de religiosos, estão convencidos de que fizeram a opção sexual correta e se sentem à vontade para enfrentar as conseqüências ligadas à nova orientação. “Chegou até nós, enfim!” Diriam os gays declarados, dum passado nem tão remoto. “A fase mais difícil já passou!!” Ressaltam, outros mais eufóricos.
*Francisco Assis dos Santos, Pesquisador Bibliográfico em Humanidades. E-mail: [email protected]