A Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Acre (TJ/AC) julgou, nesta quinta-feira (8) os recursos do ex-deputado Hildebando Pascoal e outros quatro membros acusados de integrar um grupo de extermínio da década de 90, popularmente conhecido como ‘Esquadrão da Morte’. Os réus fizeram apelações em relação ao crime de sequestro e cárcere privado praticado contra Clerisnar dos Santos e seus dois filhos menores. Clerisnar era mulher de José Hugo, acusado de matar o irmão de Hildebrando Pascoal, Itamar Pascoal, em 1996.
Eles pediram a absolvição do crime de sequestro e cárcere privado, redução de pena e mudança no regime, de fechado para o semi-aberto. Os pedidos foram concedidos parcialmente pela Justiça que acatou a mudança no regime prisional de todos e negou os outros recursos.
Com a mudança, Hildebrando Pascoal e outros dois réus passariam para o regime semi-aberto. Já os réus Marcos Antônio e Ney Roque, iriam para o regime aberto. Porém, o TJ/AC ressalta que os réus respondem por outros crimes, que ainda não foram julgados pela Câmara Criminal. A situação dos detentos no sistema penitenciário depende, portanto, do julgamento dos outros casos no judiciário.
Participaram da sessão de apreciação os procuradores Samuel Evangelista, a relatora do processo, Denise Bonfin, o desembargador Adair Longuini, e representando o Ministério Público, o procurador de Justiça Sammy Barbosa.
Outros casos
Os réus respondem por diversos crimes. Um dos casos mais notórios é a morte do mecânico Agilson Firmino dos Santos, conhecido como “Baiano”, que foi torturado e teve o corpo mutilado com o uso de uma motosserra em setembro de 1996, em um caso que ficou conhecido como “crime da motosserra”. A condenação deste caso ocorreu em 2009, e o ex-deputado Hildebrando Pascoal, foi condenado a 18 anos de reclusão.
O crime teria sido motivado por vingança, após a morte de Itamar Pascoal, irmão de Hildebrando. Agilson teria ajudado na fuga do assassino do irmão do ex-deputado federal. Hildebrando Pascoal é acusado ainda de chefiar um grupo de extermínio no Acre e cumpre pena em Rio Branco por tráfico, tentativa de homicídio e corrupção eleitoral. A soma das diversas penas que responde chega a mais de 100 anos de prisão. (G1/AC)