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Acre tem o maior percentual de fumantes do país, segundo IBGE

O Acre é o Estado com o maior percentual de fumantes ativos do Brasil. Os acreanos chegam a superar os gaúchos, tradicionais produtores e consumidores de tabaco. Mais de 22% dos acreanos com idade superior a 15 anos fumam. É o que aponta a Pesquisa Especial de Tabagismo (Petab), divulgada ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Para o secretário de Saúde, Osvaldo Leal, os números são preocupantes e exigem mais reforços nas políticas de Estado no combate ao fumo.

De acordo com dados da OMS (Organização Mundial de Saúde), no Brasil a cada hora dez pessoas morrem por doenças provocadas pelo cigarro. Além disso, o fumo é responsável por 97% dos óbitos por câncer de laringe, que a cada ano infecta mais de seis mil brasileiros. Outra patologia comum provocada pelo tabaco é o câncer de pulmão. “O hábito de fumar está relacionado a uma série de doenças que causa sofrimento tanto quanto o câncer”, diz Leal.

Segundo o secretário, sua pasta tem o combate ao tabagismo como uma ação prioritária na tentativa de diminuir o percentual de câncer e outras anomalias. São doenças que custam caro para os cofres públicos. O tratamento envolve gastos com UTI, enfermaria e medicamentos de preços estratosféricos.

 “No início o fumante tem sensações de prazer e satisfação proporcionados pela nicotina, diminuindo a ansiedade, e é isso que leva tantas pessoas ao fumo. Às vezes a influência familiar também é um fator preponderante”.

A pesquisa do IBGE aponta um dado alentador: 56% dos fumantes ativos acreanos já tentaram abandonar, pelo menos uma vez, os produtos derivados do tabaco. Para ajudar essas pessoas, a Secretaria de Saúde, através do Dabs (Departamento de Ações Básicas de Saúde), oferece uma série de métodos que auxiliam nessa luta que nem sempre é fácil de vencer. “Nós temos a medicação que substitui a nicotina num primeiro momento, adesivos e gomas de mascar que diminuem gradualmente o vício”, explica o secretário.

O estudo também quis saber quais os efeitos das mensagens de alerta sobre os riscos causados pelo fumo expostas nas embalagens do cigarro. Mais de 60% dos entrevistados do Norte pensaram em deixar o fumo por conta desta estratégia de marketing. Mas a propaganda de alerta não causa muitos impactos para os acrea-nos; apenas 45% deles dizem ter pensado em parar de fumar por conta do aviso no pacote – o menor índice do país.

Em todo país, cerca de 24,6 milhões de brasileiros de 15 anos ou mais de idade fumavam derivados de tabaco em 2008, o que correspondia a 17,2% da população nessa faixa etária. Os percentuais de fumantes eram maiores entre os homens (21,6%), entre as pessoas de 45 a 64 anos de idade (22,7%), entre os moradores da região Sul do país (19,0%), os que viviam na área rural (20,4%), os menos escolarizados (25%) entre os sem instrução ou com menos de um ano de estudo, e os de menor rendimento domiciliar per capita.

 

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