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“Estamos em guerra”, diz Binho sobre avanço da criminalidade

Para governador petista, a convocação dos policiais neste concurso faz parte de um período de transição pelo qual o Estado passa

O governador Binho Marques disse nesta quinta-feira, 12, que o Acre “está em guerra contra aqueles que querem tirar vantagem através do crime”. A declaração aconteceu durante a solenidade que abriu o curso de formação para os novos 600 soldados da Polícia Militar. Antes de sua fala, foi realizado um minuto de silêncio em memória aos dois policiais militares mortos em ação nas últimas semanas.

Para o petista, a convocação destes policiais faz parte de um período de transição pelo qual o Estado passa. “Hoje vivemos um momento novo e precisamos nos preparar de duas formas. A primeira é investindo no social, oferecendo condições e oportunidades, principalmente para os mais jovens. Por outro lado, é necessário investir em armamento, policiamento ostensivo”, afirma.

Na avaliação do governador, a sociedade acreana, acostumada com uma vida pacata e tranqüila, “a dormir de portas abertas e ficar sentado em frente de casa”, precisa se acostumar com os novos tempos. As fronteiras, que antes serviam tão somente para deixar o Acre isolado do resto do Brasil, agora servem como porta de entrada para drogas e armas. 

Aos novatos policiais militares, Binho lhes deu o desafio de encarar com afinco e determinação o desafio de combate à criminalidade. “Não iremos dar trégua aos criminosos, não iremos titubear nessa luta”, pondera ele.

Quanto às baixas dentro da corporação, Binho Marques disse se tratar de uma fase dentro da “nova” Polícia Militar, a de enfrentar os bandidos face a face, e que a resposta não será dada com o mesmo troco. A PM, diz o chefe do Palácio Rio Branco, é treinada não para matar, mas buscar a paz.

“Acabou o tempo em que tínhamos policiais medíocres dentro dos nossos quartéis, que apenas esperavam o fim do mês para receber o salário. Agora tem-se que ter amor à farda”. Segundo o governador, os policiais acreanos irão passar por uma formação permanente, para que se possa ter uma corporação sempre bem capacitada para lidar com as mais diferentes situações.

Ainda em seu discurso, o petista criticou a fragilidade da legislação brasileira, quando permite que pessoas perigosas fiquem soltas. Ao presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Pedro Ranzi, Binho disse que também há preocupação dentro do próprio Poder Judiciário, e entende que os juízes comprem apenas o que determina a lei.

Para a realização do curso de formação dos policiais militares, o governo desembolsará R$ 900 mil. Já os gastos com o pagamento do salário dos soldados representará um incremento de mais de R$ 1 milhão na folha do Estado. “Esse é o maior investimento que um governo pode fazer; trata-se de uma prioridade. Abrimos mão de aplicar esse dinheiro em outras áreas. Não é uma coisa fácil, dinheiro não cai do céu, não temos royalties, somos pouco industrializados”, ressalta Binho.

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