“As políticas florestais podem ser melhoradas e agregar novas boas idéias para criar mais oportunidades no setor”. Foi essa avaliação que o representante do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Juan Boveda, fez da importância do Seminário Internacional de Desenvolvimento Florestal no Acre, que começou, ontem, na Fieac. O evento que vai até amanhã terá, hoje, ainda vá-rias palestras com especialistas internacionais. Os resultados da atividade no Estado avaliados no Seminário deverá confirmar novo aporte de recursos do BID, para investimentos. O tom das palestras na abertura girou em torno do crescimento dos negócios relacionados à floresta.
Empresários, WWF, Associação de Manejadores, Conselho Nacional dos Seringueiros, Ufac e várias secretárias do Estado participam das palestras e debates.
O secretário de Floresta, Carlos Ovídio, coordenador do Seminário, acredita que a troca de experiência entre os participantes trará benefícios ao setor florestal. “O evento vem consolidar todo o trabalho que está sendo feito no Estado com uma análise de risco e oportunidades. A idéia é pegar sugestões e trabalhar com outros atores e informantes para fazermos um realinhamento estratégico do nosso plano de desenvolvimento. Também é uma oportunidade para o conhecimento do plano do ativo florestal lançado pelo governador Binho Marques (PT),” afirmou.
Para o secretário, mais conhecido como Resende, a opção de desenvolvimento do Estado é favorável a investimentos internos e externos. “Nós estamos no melhor caminho, entre todos, que está sendo trilhado com segurança e excelência. Temos que incentivar a criação dos valores da floresta. Há 12 anos o hectare de floresta valia apenas R$ 35. Hoje a situação é muito diferente. Foi um desafio alcançarmos o atual estágio. O único lugar onde se tem a oportunidade se ter uma economia florestal madeireira manejada e certificada e não-madeireira é no Acre”, ressaltou.
Oportunidades e negócios
Quanto às oportunidades da negociação internacional com o seqüestro do carbono, Resende, acredita que novas portas podem ser abertas para a economia acreana. “Basta que o mercado reconheça a capacidade de seqüestro de carbono que as florestas nativas têm. A gente tem um mercado florestal no Acre que oferece o menor risco no manejo da floresta para atrair investimentos”, finalizou.
O coordenador das áreas produtivas, secretário de Governo, Fábio Vaz, entende que o Seminário é para ava-liação. “É o momento para dar uma parada e refletir sobre aquilo que avançou e visualizar os novos desafios. É preciso projetar os próximos 10 anos levando em consideração o novo cenário internacional que coloca a floresta não mais como uma fornecedora de matéria-prima, mas também prestadora de serviços. O carbono, por exemplo, é uma possível nova fonte de renda para quem vive na floresta”, destacou.
Quanto ao papel do setor florestal para a economia acreana, Fábio Vaz, explicou: “A produção florestal ocupa o segundo lugar em valores brutos da nossa economia. O setor público, que tem diminuído, ainda é o primeiro. Mas no setor privado a produção florestal é a primeira. Isso significa maior renda e a geração de empregos numa constituição muito forte para a constituição do PIB do Acre. Por isso, o nosso Estado tem que se posicionar de maneira diferente do resto da Amazônia. Não devemos nos comparar com quem produz quantidade, mas temos que priorizar a qualidade. O Acre tem que se fortalecer naquilo que tem sido conhecido no mundo, como um lugar que tem sustentabilidade e envolve pessoas. Têm comunitários ganhando dinheiro com isso.
Então, essa marca empresarial e comunitária é o que deve ser fortalecido para agregar valores e para se ter um nicho de mercado que é seguro para nós. Dessa maneira a competição ficará favorável para a gente”, salientou.