A Secretaria municipal de Saúde comentou ontem o Levantamento de Índice Rápido de Infestação do Aedes aegypti (Lira), divulgado recentemente pelo Ministério da Saúde. O estudo investigou 163 municípios de regiões metropolitanas e apontou Rio Branco como uma das principais áreas de riscos para novos surtos da dengue, encabeçando uma lista das 17 capitais em situação de alerta para novas epidemias, com índice rápido de infestação de 3,9%. Os dados são referentes a 2009.
De acordo com Jeosafá Cesar, diretor da Vigilância Epidemiológica e Ambiental de Rio Branco, estes números podem até parecer bem preocupantes. Contudo, ainda não o são por se tratarem de um indicativo e não de uma realidade concreta. Segundo ele, o Lira é uma metodologia do MS que serve para alertar as cidades brasileiras da possibilidade de haver novas epidemias e guiar as ações públicas de enfrentamento ao vetor em todas as suas fases de vida.
Em outras palavras, trata-se de um estudo sugestivo de alerta para novos surtos. Quando ele indica que uma área está sob altos riscos de uma epidemia de dengue, não significa necessariamente que haverá uma e sim que é preciso intensificar as ações de combate/ prevenção junto à população deste determinado local justamente para evitar o descontrole do mosquito. Um bom exemplo disso ocorreu em 2006, quando a dengue passou a representar um verdadeiro perigo para Rio Branco. Conforme o mesmo estudo, o índice de infestação era de 7,9%, mas só houve o registro de 186 casos naquele ano.
“O Lira é uma ferramenta muito eficaz. Inclusive, é o estudo que usamos para embasar o nosso conjunto de ações e fazer mapeamento das áreas de riscos. Sendo assim, é bom as autoridades e a população enxergarem esse resultado, não como uma catástrofe e sim como um alerta de que a dengue é um perigo real e que precisa ser enfrentado por cada um de nós. O risco que o Lira aponta só realmente virá a se concretizar se houver um déficit nas ações públicas e/ou se a comunidade não se empenhar no combate nesta fase de prevenção. Mas isso não é o que acontece por aqui, pois a Semsa já está atenta para isso, com a missão de cada vez mais intensificar as ações de combate à doença”, garantiu.
Uma prova real do que diz o diretor é a mobilização geral que a secretaria está providenciando para hoje, 27. Trata-se do Dia D nacional de Combate à Dengue, uma iniciativa da Semsa e de vá-rios parceiros (Semeia, Semsur, DAS, etc), adaptada da recomendação do MS, no sentido de realizar atividades que envolvam ao máximo a população da cidade no trabalho de conscientização à doença. “Estamos nos preparando para um grande dia, no qual passaremos em todas as regionais da cidade e deflagrarmos uma grande ação junto às escolas daqui. E o objetivo de fazer isso e muito mais é justamente evitar que aconteçam novos surtos da dengue em janeiro e fevereiro do ano que vem”, finalizou Jeosafá Cesar.
Sesacre realiza 1ª reunião integrada de doenças causadas por vetores
A união de esforços é sem dúvida uma das melhores ações para combater as doenças transmitidas por mosquitos, como a dengue, leishmaniose, febre amarela, malária e outras. Nesse sentido, a Secretaria estadual de Saúde (Sesacre) vem agrupando desde quarta, 25, das 8 às 18h, no Teatro Hélio Melo, seus departamentos e gestores responsáveis pelo combate de cada doença dessa natureza para uma avaliação conjunta. Trata-se da 1ª Reunião Integrada de Doenças Transmitidas por Vetores, uma iniciativa que dura até hoje, a fim de analisar todos os avanços e dificuldades ocorridos em 2009.
De acordo com Izanelda Magalhães, gerente do Departamento estadual da Divisão de Endemias, nos anos anteriores esta reunião de planejamento acontecia de forma separada para cada doença. “A partir deste ano nós passamos a ver que as metodologias e as ações de combate e prevenções adotadas eram quase as mesmas. Então, decidimos unir as equipes para discutir aqui tudo o que deu certo neste ano e os pontos que podem ser melhorados para o ano que vem”, completou.
A reunião envolve 18 cidades do Estado, representadas por meio de seus secretários municipais de saúde, técnicos de Vigilância Epidemiológica e/ou de Imunização. “É importante reunirmos o máximo de municípios possíveis porque uma das metas desta analise é justamente a troca de experiências e o estabelecimento de um parâmetro para cada área. Assim, é possível traçar o planejamento de 2010”, ressaltou.
A gerente da Sesacre também contou que esta primeira avaliação tem como foco principal duas doenças: a malária e a dengue. Segundo ela, na primeira há 3 anos que o Acre vem registrando uma conquista com a diminuição de casos. Avanço este que deve não só ser comemorado, como também repetido em 2010. Já com a segunda a situação foi totalmente contrária, em virtude do surto de epidemia que houve em todo o Estado. “E por conta disso é preciso rever o que aconteceu, qual foi o motivo do aumento e o que podemos fazer para melhorar neste combate”, finalizou Izanelda Magalhães.