Os superintendentes das regionais do Ibama no Norte, juntamente com alguns diretores nacionais de gestão ambiental, se reuniram ontem, das 8h30 às 18h, em Rio Branco, para traçar os planejamentos básicos de cada instituição e retomar algumas das discussões prioritárias na área. Durante o dia inteiro, os gestores abordaram questões orçamentárias, meios para se chegar a políticas de fiscalização sólidas, o combate ao desmatamento e, em especial, a troca de experiências com as administrações de cada unidade. O encontro segue ainda hoje, no sentido de aprofundar o debate no campo das gestões florestais, como, por exemplo, o leilão/ concessão de florestas públicas.
Segundo o superintendente do Ibama no Acre, Anselmo Forneck, o objetivo principal do evento é mostrar o planejamento das regionais amazônicas, a fim de buscar ajustes a cada uma delas. Para ele, o motivo de o Acre ser escolhido como sede central da discussão fica por conta dos avanços que o Estado tem obtido no combate ao desmatamento ilegal. Por esta ser hoje uma das principais bandeiras de luta do Ibama, as superintendências de Roraima, Amazonas, Tocantins, Pará, Maranhão e Rondônia vieram avaliar as metodologias locais de fiscalização e repreensão ao crime.
“O Acre é hoje o Estado com menor índice de desmatamento na Amazônia nos últimos dois anos. É por isso que nos tornamos um verdadeiro modelo de políticas públicas voltadas ao meio ambiente. Inclusive, fomos os pioneiros de um Governo Florestal na Amazônia. Acredito que este seja o momento de mostrar o nosso trabalho para todas as superintendên-cias da região e transmitir a elas a noção de que só é possível evitar o desmatamento se houver políticas claras por parte do Governo que dêem valor às florestas e ao uso alternativo para o solo. Foi o que fizemos na Serra do Divisor e conseguimos reverter um dos quadros mais críticos da Amazônia”, destacou.
Anselmo Forneck acrescentou que na parte de gestão florestal, tema tratado hoje, 20, será enfatizada a perspectiva de cada estado para com o leilão de florestas públicas em 2010, a integração das ações estaduais com o Governo Federal, a equipe da diretoria de Administração de Recursos Humanos do Ibama, a descentralização de ações e a questão orçamentária em ano eleitoral. “Pretendemos, através de concurso público, contratar mais analistas am-bientais e evitar que o orçamento do Ibama não seja afetado pelo processo eleitoral que vem aí pela frente”, completou.
Para o superintendente do Amazonas, Mário Lúcio Reis, os dois dias servirão para que as unidades apresentem seus problemas (comuns em todo o país) e suas formas de lidar com eles, no sentido de ajudar as outras a melhorar sua gestão. “Na verdade, estamos retomando o antigo Conselho da Amazônia. No caso do Amazonas, estamos trazendo o debate de nossa gestão territorial, que é feita pela superintendência do Acre e inclui áreas ao sul de nosso Estado. Temos alguns problemas internos e viemos aqui justamente para buscar caminhos que nos ajudem a resolvê-los”, finalizou.