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Tião Viana lamenta decisão dos EUA e da China em relação ao clima

* Senador acreano concorda que países mais poluentes tomem decisões mais ousadas para a redução de gases

 

“Os abalos que sofreremos em relação ao clima serão marcantes, em razão dessa decisão”,  alertou o senador acreano.

De acordo com Tião Viana, a explicação dos Estados Unidos de que não haveria tempo hábil para que o Congresso americano tomasse uma decisão compatível com a do governo e tramitasse a tempo de chegar a Copenhague, é no mínimo pouco convicente. Segundo Tião Viana, o encontro em Cingapura parece apontar para a transferência de uma decisão para a cidade do México, em dezembro de 2010.

O senador lembrou ainda que o governo brasileiro já anunciou que apresentará como meta voluntária uma redução da emissão de gases de efeito estufa até o ano de 2020 entre 36,1% a 38,9% e lembrou o compromisso entre Brasil e França de que todos os países assumissem a meta de redução de 80% até o ano de 2050, em comparação aos índices da década de 1990.

Lula e Sarkozi também estão preocupados – As posições de Tião Viana coincidem com o que foi acordado, sobre o tema, entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Nicolas Sar-kozi, em encontro ocorrido no final da semana passada, quando os dois cobraram propostas “mais ousadas” dos Estados Unidos e da China na Conferência Mundial do Clima em Copenhague, em dezembro. “É preciso que os Estados Unidos, como maior economia do mundo, sejam os mais ousados. A China, que não tem a mesma responsabilidade dos países desenvolvidos, mas cresce de forma extraordinária, tem que ter um pouco mais ousadia em suas propostas”, disse o presidente Lula em uma coletiva no Palácio do Eliseu, sede da presidência francesa.
“Não aceitaremos um acordo em que outros países dirão que isso ficará para depois. É uma responsabilidade coletiva. A primeira economia do mundo deve estar à altura de suas responsabilidades”, afirmou o presidente Sarkozy.

“Para termos certeza de que chegaremos a isso, nós vamos dar a volta ao mundo para convencer outros países que ele é multipolar”, disse o presidente francês.

Os dois presidentes afirmaram que vão “convencer a África e uma parte da Ásia” a se alinharem em torno da proposta franco-brasileira. “Não temos o direito de permitir que o presidente Obama e Hu Jintao façam acordo com base apenas nas duas realidades políticas e econômicas de seus países”, declarou Lula.

“No fundo, estamos percebendo a tentativa de criação de um G2 com interesses específicos para resolver os problemas políticos e climáticos dos dois países sem se importar com a responsabilidade que temos de ter com o conjunto da humanidade”, Lula, acrescentando que deve ligar para o líder americano, Barack Obama, “na próxima segunda-feira” para discutir o assunto.

Os dois líderes divulgaram em Paris uma posição comum do Brasil e da França sobre a questão das mudanças climáticas que serão discutidas na conferência da ONU no próximo mês, em Copenhague. No documento, de três páginas, os dois países informam que “estão engajados a trabalhar juntos antes da Conferência do Clima” e destacam a necessidade de resultados ambiciosos na redução das emissões de gases de efeito estufa em escala global.

“Esse documento assinado por mim e pelo presidente Sar-kozy é mais do que uma carta de príncipios. É uma bíblia climática”, disse Lula.

O texto reúne basicamente elementos que estão sendo discutidos internacionalmente em encontros preparatórios à Cúpula de Copenhague.

Um deles é a “necessidade de adoção de metas, por parte dos países desenvolvidos, de redução das emissões no médio prazo, em conformidade com as recomendações dos especialistas da ONU”.

O presidente Sarkozy elogiou a proposta do Brasil, anunciada na sexta-feira, de corte de emissões entre 36,1% e 38,9% até 2020. “O Brasil é o primeiro país emergente que assume compromissos dessa natureza”, afirmou Sarkozy.

“Ficamos reféns de uma situação de indecisão dos principais poluidores do planeta”, lamentou, ontem, em discurso na tribuna do Senado, o senador pelo Acre Tião Viana (PT-AC). O parlamentar criticou a decisão dos Estados Unidos e da China de adiar o acordo sobre metas para o corte de emissão de gases de efeito estufa, que deveria ser fechado em dezembro, na reunião de Copenhague. A decisão foi tomada durante reunião do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), em Cingapura. O senador disse que o movimento ambientalista mundial está preocupado e alerta para as conse-quências da decisão.

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