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Itamaraty garante apoio a estudantes brasileiros na Bolívia

O embaixador Antônio de Aguiar Patriota, diretor-geral do Ministério das Relações Exte-riores, garantiu que o Itamaraty vai desenvolver uma estratégia específica para alcançar um entendimento com o Governo da Bolívia que coloque fim aos constrangimentos a que são submetidos os estudantes brasileiros naquele país.

A decisão foi comunicada em reunião, ontem, 26, de Patriota com o presidente da Aleac, Edvaldo Magalhães, o chefe do Gabinete-Civil do Governo do Acre, Edson Manchini, deputados estaduais e deputados da bancada federal acrea-na. Também participou da reunião o embaixador Oto Agripino Maia, subsecretário das Comunidades Brasileiras Residentes no Exterior.

“As denúncias foram tão espontâneas e unânimes que não podem ser ignoradas. Vamos tomar medidas enérgicas para que isso não volte a ocorrer”, garantiu Patriota. Esta foi a primeira declaração oficial de uma alta autoridade do Itamaraty sobre a questão dos estudantes brasileiros na Bolívia depois que a Assembléia deu visibilidade ao problema.

A audiência com Patriota foi solicitada por Edvaldo Magalhães depois que uma comissão de sete parlamentares da Aleac voltou de uma visita, no final de outubro, às universidades de Santa Cruz de La Sierra onde estudam cerca de dois mil acrea-nos entre os cinco mil alunos de outros estados brasileiros.

Após de três dias de viagem, entre 27 e 29 de outubro, os parlamentares voltaram estarrecidos com uma série de denúncias contra a polícia boliviana e a própria representação diplomática do Brasil naquela cidade. As denúncias foram levadas pelos alunos, primeiramente, em duas audiências com os deputados, com duração de três horas cada uma na Ucebol (Universidade Cristã da Bolívia) e outra na Unabol (Universidade de Aquino da Bolívia) reunindo cerca de 1500 estudantes de vários estados brasileiros, desde o Amazonas até o Rio Grande do Sul.

Nesta quinta as denúncias foram repetidas no Itamaraty por quatro representantes dos alunos. Os estudantes denunciaram que são extorquidos pela Interpol (Polícia Internacional) da Bolívia e, quando vão reclamar para o Consulado brasileiro, continuam sendo ignorados. “Como a burocracia torna impossível a obtenção de vistos de estudantes, eles vivem clandestinamente com visto de turista o que os torna presa fácil da extorsão policial. E quando vão pedir orientação a quem deveria lhes dar proteção, continuam sendo tratados como infratores pela diplomacia brasileira”, explica o presidente Edvaldo Magalhães.

Antes da visita às universidades de Santa Cruz de la Sierra, Edvaldo e a comitiva de parlamentares foram recebidos em La Paz pelos ministros da Educação da Bolívia, Roberto Aguillar e da Justiça, Celima Torrico. “Não poderíamos ser melhores sucedidos. Em um único dia nos entrevistamos com dois ministros de Estado, numa demonstração clara de que não vão poupar esforços para solucionar nossas pendências”, analisou Edvaldo. (João Maurício /Agencia Aleac)

 

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