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Tião Viana apóia maior investimento para a piscicultura no Juruá


A Cooperativa dos Produtores de Peixe de Mâncio Lima (Cooperpeixe) conseguiu aprovar junto ao BNDES um projeto que vai alavancar a produção de peixes no município. No sábado, aconteceu na Colônia Santa Rita a assinatura do termo de compromisso da cooperativa com o governo do Estado, que garantiu a contrapartida necessária ao investimento do BNDES. O ato resultou numa grande festa com presença de cooperados, produtores de peixe da região e familiares, sendo servido a todos o prato principal na hora do almoço: peixe assado na brasa.
O secretário de Produção, Mauro Ribeiro, entusiasmado, disse que em Mâncio Lima é produzido o “melhor piau do Brasil”. Ele lembrou a dificuldade dos primeiros criadores de peixe na região, época em que alguém chegou a vender sua moto para comprar ração em Manaus e informou que o projeto da Cooperpeixe foi o único aprovado para piscicultura na Amazônia pelo BNDES nos últimos quatro anos.

O banco vai investir R$ 884 mil e o governo do estado entra com a contrapartida de R$ 156 mil que vai possibilitar à Cooperpeixe a montagem de um mercado para comercialização do peixe, um laboratório para dar toda assistência técnica aos produtores e a compra de um caminhão de esteira, um trator com grade, um caminhão, caixas para transporte do peixe vivo, redes de pesca aerador, etc. Toda essa engrenagem possibilitará aos produtores da Cooperpeixe processar o peixe, fazer a filetagem, guardar em frigorífico e mesmo vender o peixe vivo.

O governo do Estado participa desde o começo da negociação com o BNDES e foi responsável pela elaboração do projeto em 2003, sob a coordenação da técnica Isanelda Magalhães, à época responsável pela Secretaria de Produção no Vale do Juruá. Agora o governo vai acompanhar a implantação do projeto, dar colaboração técnica e aportar os recursos da contrapartida.

A necessidade da técnica

O vice-governador Cesar Messias lembrou que em 1982 ele trouxe alevinos para o Juruá e colocou num açude. Quando foi fazer a despesca não tinha mais peixe nenhum. Com isso ele quis demonstrar a importância do uso da técnica, para quem pretende produzir peixe. Ele lembrou que a subsistência no Vale do Juruá sempre esteve relacionada ao consumo de peixe, farto nos lagos e rios da região. No entanto, com o passar dos anos e com o crescimento da população, a produção natural de peixe não tem mais como garantir o abastecimento para toda a população, daí a necessidade de investimentos sempre crescentes na piscicultura, o que o governador Binho vem fazendo ininterruptamente. Para ele, o pólo piscicultor de Mâncio Lima já está desafiando o pólo do Bujari, no Vale do Acre.
O presidente da Assembléia Legislativa, deputado Edvaldo Magalhães, também presente ao ato disse que o projeto só foi aprovado devido à organização comunitária existente em Mâncio Lima. “Tenho certeza que o dinheiro vai ser bem administrado” – disse.

Senador garante mais investimentos

O senador Tião Viana que passou o sábado no Vale do Juruá iniciando a entrega de mosquiteiros impregnados para combater a malária em Mâncio Lima também esteve na Colônia Santa Rita prestigiando a conquista da Cooperpeixe e avaliou o ato como um momento de afirmação da região em busca da independência econômica. Ele anunciou na ocasião que na próxima semana o governo do Estado estará dando a ordem de serviço para limpeza de lagos, rios e igarapés com recursos de R$ 450 mil oriundos de emenda individual sua e a implantação de um laboratório de alevinos no valor de R$ 390 mil, com recursos de outra emenda de sua autoria.

Sonho realizado
Para o presidente da Cooperpeixe, Sansão Nogueira, o projeto “é um sonho realizado que veio com muita luta. Hoje fica marcado um divisor de águas na piscicultura do Juruá. Vamos fazer do Vale do Juruá o maior pólo produtor de peixes do Acre. Acredito no Governo da Frente Popular e no governo do presidente Lula. Agora temos luz em todos os ramais e até asfalto em alguns”.

Ele explicou que o projeto vai proporcionar toda a estrutura que a cooperativa precisa para ampliar sua área de cultivo do pescado. “Vamos sair de uma produção de 160 toneladas para 300, 500 toneladas em curto espaço de tempo. É uma produção segura, pois tem todo o equipamento que a gente precisa para análise de água, dar assistência técnica a todos os produtores. Vamos ser contemplados também com um mercado para prepararmos o nosso pescado da melhor maneira possível e colocar na mesa do consumidor um produto de qualidade que agrade a população” – disse.

O juiz José Wagner Freitas Pedrosa Alcântara, responsável pela comarca de Mâncio Lima, participou do ato e gostou do que viu: “Iniciativas como esta geram grande ganho social o que inclusive se reflete no nível de violência, ou seja, as pessoas tendo renda e opção de vida, o nível de violência cai, e ajuda inclusive no nosso trabalho”, disse.
Agência de Notícias do Acre ( Foto de Onofre Brito)

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