O Acre tem a partir de agora uma unidade governamental especializada no combate ao tráfico internacional de pessoas. O local para reunir os serviços dos órgãos que atuam na repressão ao crime e responsáveis por prestar auxílio às vitimas, não poderia ser mais estratégico: a fronteira entre o Brasil e a Bolívia, no município de Epitaciolândia. Na inauguração de ontem estiveram presentes a secretária Márcia Regina (Segurança Pública), e o coordenador do Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas da Secretaria Nacional de Justiça, Ricardo Lins.
Um dos objetivos do núcleo é reforçar as ações da Polícia Federal nessa região do Estado. “Na unidade também iremos difundir as informações sobre o tráfico de pessoas e obter as primeiras denúncias no Acre sobre esse delito”, afirma Regina. Levantamento do Ministério da Justiça apontou o Acre como uma das principais rotas do tráfico internacional de seres humanos. O principal destino das vítimas é o país de Evo Morales e o Suriname.
“Nós caracterizamos o Brasil como um país de destino, origem e trânsito do tráfico de pessoas”, diz Lins. Na maioria das vezes, quem é traficado acaba por ser usado no mercado da prostituição, principalmente na Europa. O envio de humanos para fora do país de origem, de acordo com a OIT (Organização Internacional do Trabalho), tem um faturamento anual de mais de US$ 30 milhões – ficando atrás somente do de armas e drogas.
Lins ressalta o fato de que o tráfico não se dá somente de uma nação para outra. “Também ocorre entre estados ou municípios diferentes”. Além da prostituição, esse mercado negro tem na retirada de órgãos um de seus principais braços.