Durante todo o dia de ontem a Associação Caminhar do Estado do Acre, que é o Grupo dos Obesos de Rio Branco, rea-lizou o seu I Ciclo de Palestras da Fundhacre. Durante o evento, foram abordados temas como transtornos alimentares e obesidade e as várias formas de tratamento. Na oportunidade, houve também a festa de confraternização do grupo.
Hoje, a Associação conta com cerca de sete mil pacientes multidisciplinares, que realizam as terapias fixas pelo menos uma vez por semana. Entre os tratamentos que são oferecidos estão tratamentos ambulatoriais como Endocrinologista, Nutricionista e Psicólogos.
De acordo com a presidente da Associação Caminhar do Estado do Acre, Queline Melo, esse é um evento muito importante para todos, principalmente para aqueles que fazem parte do grupo, que hoje vem avançando cada vez mais, ela ressalta ainda a importância das cirurgias bariátricas que são as de redução de estômago.
“Hoje já podemos ver muitos avanços, e apesar de todas as dificuldades, já conseguimos realizar muitas cirurgias para redução de estômago”, disse Queline.
Atualmente trinta e oito pes-soas já realizaram a cirurgia bariátrica, e com sucesso sem enfrentar nenhum problema, e cerca de sete pacientes estão realizando tratamento para serem encaminhados a este tipo de cirurgia.
Elen Cristina de apenas 26 anos, é um exemplo real de como o tratamento foi eficaz para a sua vida. A paciente faz parte do grupo, há três anos, e quando iniciou seu peso que hoje é de 59 kilos, antes era 110 kilos. A paciente fala da grande transformação pela qual passou.
“Minha vida mudou totalmente, através do tratamento comecei a me aceitar como pessoa”. Diz Helen, que realizou sua cirurgia em 2008, e hoje conta que só tem o que comemorar. “Hoje recuperei minha auto-estima, e consigo me amar três vezes mais”, afirma.
Segundo o Endocrinologista, Thomas Souza Lima, existe toda uma preparação para o segmento pré-operatório, e o acompanhamento depois da cirurgia, que são a reposição das vitaminas. Ele explica quem pode e deve operar.
“Analisamos quando o pa-ciente deve operar através do IMC, que é o Índice de Massa Corpórea, onde pegamos o peso em kilos do paciente e dividimos pela altura ao quadrado em metros”, explica o Dr.
Pacientes com IMC de 18,5 a 24,9 são considerados normais, com 25 a 29,9 estão com sobrepeso, com 30 a 34,9 é considerado obesidade de grau 1º, com 35 a 39,9 obesidade com grau 2º, e acima de 40 é obesidade com grau 3º.
Ele explica que para realizar a cirurgia, é necessário que antes, o paciente passe por um tratamento clínico com remédios, dietas, e exercícios sem sucesso e também ter a obesidade instalada há pelo menos cinco anos.
“Realizamos cirurgias, em pacientes com IMC no grau 2º, com algum problema associado a obesidade, como pressão alta e diabete, ou então em pacientes exclusivamente com o grau 3º”, diz o médico.
O que fica claro para os obesos é que o tratamento da obesidade não se resume ao tratamento cirúrgico. Este é apenas um tipo de tratamento. O que se pretende mesmo é fazer um acompanhamento médico dos obesos, o tratamento clínico para perda de peso e o tratamento endocrinológico ou nutricionista.
O serviço de obesidade da Fundhacre já está funcionando com um ambulatório de clínica médica voltada para o obeso, um laboratório de endocrinologia e uma nutricionista para atender só o obeso.