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Moradora do Novo Horizonte acha inseto suspeito de ser vetor da doença de Chagas

Rosivane de Moura Freitas, moradora da rua Guariúba, nº 92, no Loteamento Novo Horizonte, encontrou ontem um inseto suspeito de ser um dos transmissores da Doença de Chagas (Triatoma infestans, ou barbeiros). O inseto foi achado durante uma reforma de assentamento no piso da casa de Rosivane, escondido entre os vãos de concreto da parte que foi demolida e entulhada. O suspeito de vetor foi coletado e levado ao setor de Entomologia (ciência que estuda os insetos) no Departamento de Ações Básicas em Saúde (Dabs) da Sesacre, para as análises de identificação.

De acordo com Henrique Coelho, auxiliar de Entomologia, o bicho encontrado no Novo Horizonte é similar a um dos tipos de barbeiro (existem mais de 30 tipos só no Brasil), porém, mais parecido com uma espécie predadora do vetor, inofensiva à saúde humana. Segundo ele, o setor tem registrado nos últimos meses algumas chamadas de moradores da Capital por acharem insetos semelhantes.

Os bairros de onde vieram estas ocorrências são: Custódio Freire, Calafate, Loteamento Joafra, BR-364, Santa Helena, Taquari e Universitário. Nestes quatro últimos, inclusive, foi confirmada a presença de barbeiros, um deles achado sobre a cama do morador da casa, no Universitário, em abril deste ano.

“A população precisa mesmo denunciar estes insetos semelhantes aos barbeiros porque esta é uma doença que precisa ser prevenida. Atualmente, não existe nenhum trabalho de prevenção mais efetivo, por isso, é importante as pessoas ficarem atentas e nos chamarem para vistoriar a casa onde o inseto for achado, assim como as vizinhas. Além disso, é preciso sempre tomar algumas precauções, como manter a casa sempre limpa, não acumular entulhos de lixos e mesmo de reformas na casa e não deixar frestas nas paredes dos quartos que possam servir de habitat para os barbeiros”, alertou ele.

Outro auxiliar de entomologia, João Furtado, destacou que o barbeiro é um inseto que se alimenta de sangue de qualquer animal (rato, gato, cachorro, etc), muito comum na região amazônica, mais especificamente em habitações humanas, vãos de palha e em ambientes com barro espalhado. Seu corpo é geralmente pardo e achatado. Eles possuem hábitos noturnos (por isso é importante a prevenção, já que se alimentam durante o sono humano) e transmitem a doença (protozoário Trypanosoma cruzi) após chuparem o sangue de sua vítima/ hospedeiro e defecarem em cima da ferida.

A doença de Chagas é uma enfermidade que se chegar à fase crônica pode ser mortal, incurável, com vários efeitos colaterais irreversíveis aos órgãos humanos e que possui medicamentos pouco eficazes de contenção. Na fase aguda (estágio inicial, geralmente assintomática), ela é totalmente curável ou diminuída em mais de 80% de chances de avançar à fase crônica (que permanece assintomática por até 20 anos, quando o parasita se reproduz tanto no organismo que se torna letal). Os sintomas da doença são: local da picada na pele inchado e vermelho (chagoma), febre, anorexia e problemas de variação no fígado e coração.

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