O nível do Rio Acre subiu quase o dobro em relação ao mês passado, porém, ainda está longe das cotas de alerta (13,5m) e transbordamento (14m) para alagação em Rio Branco. Ontem, dia 10, o nível do rio estava em 7,98m, enquanto neste mesmo dia de outubro estava em 4,12m. Mesmo com a situação relativamente calma, um dado ainda preocupante é que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) aponta mais chuvas para o Estado, especialmente na região Leste.
Outros dados preocupantes são que a maior medida desta ‘temporada de chuvas’ ocorreu anteontem, quando o rio atingiu 8,12m, e que a média dos primeiros dias de dezembro é, até então, de 7m. Ou seja, nos últimos dois dias os níveis foram de quase 1m acima da média mensal, uma prova das oscilações no volume de águas na Capital.
Segundo o ten-cel. José Ivo, secretário executivo da Coordenação Estadual da Defesa Civil (Cedec/AC), atualmente o trabalho do órgão está sendo realizado no sentido de planejamentos de operações, o que inclui mapeamento de áreas, estudos de ações e abordagens, avaliação de materiais e equipamentos, análise dos desempenhos anteriores da Defesa Civil, além de estratégias de articulação para os meses de maiores riscos de alagação (janeiro, fevereiro e até março).
Ele também garante que se o rio vier a transbordar neste ‘inverno’ não será imediatamente e sim através de um processo gradativo, o que oferece tempo suficiente para a articulação geral da Defesa Civil com outros órgãos estaduais e municipais.
“Estamos estudando estas medidas que devem ser tomadas para evitar ao máximo as conseqüências de alagações, até porque o rio ainda vai oscilar bastante e pode até chegar a estados críticos. Outra medida nova que estamos tomando neste ano são as conferências com a Defesa Civil, que ocorrerão em escala municipal, estadual e nacional. Essa estratégia pode ser considerada um diferencial, pois nestes encontros estaremos reunindo dados em relação a quase todos os municípios e compilaremos estas informações, assim como projetos que devemos desenvolver, aqui na Cedec/AC. Isso é importante para acompanharmos melhor a situação de cada cidade”, disse Ivo.
De acordo com os estudos da Cedec/AC, as áreas de maior risco no caso de alagações são os bairros Airton Sena, Baixada da Habitasa, Seis de Agosto e Adalberto Aragão. Além destas, algumas regiões centrais da cidade e os bairros Preventório e Cidade Nova também correm os riscos de serem afetadas por desmoronamentos.
Em relação às famílias afetadas pelas alagações do Rio Acre, o secretário da Cedec/AC afirmou que apesar de ainda não haverem ocorrências registradas, muitas ainda habitam locais de alto risco, o que deve ser um problema para a Defesa Civil se o nível do rio realmente chegar a níveis maiores no começo do ano que vem.