O diretor do Departamento de Admissão da Univalle – uma das maiores redes de ensino superior da Bolívia, com sede em Cochabamba – Luís Abecia Soria, está no Acre ministrando palestras com o objetivo de alertar os pais de estudantes que cursam Medicina naquele país para que não abandonem seus filhos durante a permanência deles no exterior. Já foram visitadas as cidades de Rio Branco e Cruzeiro do Sul.
“Muitos pais acham que apenas mandando dinheiro estão fazendo a sua parte e contribuindo para o futuro de seus filhos, mas é necessário que façam um acompanhamento mais rigoroso, compartilhem da vida acadêmica deles, saibam como eles estão se saindo no curso”, alertou.
Segundo Luís Abecia, isso pode ser feito de uma maneira simples e discreta, basta que os pais utilizem o código de acesso, fornecido pela direção na universidade no ato da matrícula. Através dele, podem ser acessados todos os dados relativos à vida acadêmica do estudante.
Ele cita exemplos de estudantes de Medicina que ficam reprovados, não informam a família e continuam recebendo seus repasses financeiros. Longe da sala de aula e de bolso cheio, eles buscam lazer e diversão em locais tidos como perigosos até mesmo para quem é natural da região.
Dos 12 mil estudantes matriculados na Univalle, provenientes de 34 paises, 800 são brasileiros e destes, 100 são acreanos. A expectativa da direção é receber pelo menos mais 40 acreanos no curso de Medicina, a partir do ano letivo de 2010. Além da qualidade do ensino, o diretor cita como atrativos: o baixo custo das mensalidades e a ausência de vestibular.
“Na Bolívia não existe vestibular. O estudante é avaliado pela sua capacidade. Quem realmente quer estudar consegue concluir os seis anos de estudos. Já quem não quer, desiste pelo meio do caminho”, observa, acrescentando que a universidade mantém intercâmbio com instituições de nível superior de vários países e conta com o selo de aprovação do Mercosul.
A mensalidade do curso de Medicina na Univalle atualmente é de US$ 240,00, o que equivale a R$ 440,00, em média. Luís Abecia assegura que R$ 1 mil é suficiente para o pagamento da mensalidade e os gastos mensais de um estudante de Medicina na Bolívia.
Luís Abecia reclama que, casos isolados de violência em outras regiões da Bolívia, tem refletido negativamente no ensino superior de grandes cidades como Cochabamba – apelidada de cidade jardim, em virtude de seu clima agradável e da existência de muitas praças.
“É preciso que se diga que não existe uma ação voltada para matar estudantes brasileiros. Se isso você verdade, dos 800 que nós temos na Univalle, já teriam morrido pelo menos uns 15, e até hoje não temos nenhum registro”, esclarece.
REPRESENTANTE NO ACRE – A Univalle mantém um representante no Acre para prestar informações e esclarecer dúvidas às pessoas que pensam em cursar Medicina em Cochabamba. Celson Correia é o nome do encarregado. Contatos podem ser feitos através do seguinte endereço eletrônico: celsoncorreia@hotmail.com, ou ainda pelo telefone (68) 8406-3423.