Os vôos para os municí-pios sem interligação rodoviária com a Capital estão desde a última quinta-feira (17), sem operar. A falta do combustível necessário para os aviões de pequeno porte, o avigás, nos dois centros de abastecimento do Aeroporto de Rio Branco tem deixado as aeronaves no pátio, as companhias de táxi aéreo amargando prejuízos e os passageiros com muitos transtornos.
O motivo para a falta do avigás nos tanques da Shell Aviation se dá pelo roubo do caminhão que transportava o combustível de São Paulo para Rio Branco. Já o problema com a distribuidora da Petrobras, a BR Aviation, segundo pilotos e funcionários das companhias, teria acontecido por falha no gerenciamento entre a quantidade do avigás usado e o disponível em seus reservatórios.
Procurados por A GAZETA, os representantes da Shell Aviation não foram encontrados através de seus telefones celulares. Já os responsáveis pelo fornecimento da Petrobras não quiseram falar sobre o assunto, limitando-se a dizer que até amanhã o problema estará resolvido. A empresa passou para a Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária) a responsabilidade de comentar sobre o assunto.
Segundo Daniel Sobrinho, superintendente da Infraero, não cabe à estatal controlar o fornecimento de combustível no aeroporto, ficando aos cuidados de cada distribuidora manter seus tanques abastecidos. Ainda de acordo com ele, à Infraero é atribuída apenas a tarefa de cobrar delas que informem a todos os aeroportos do país que há a escassez do avigás, trabalho este que já foi realizado.
“Esse procedimento deve acontecer para que uma aeronave que aqui chegar não tenha sua volta comprometida”, explica Sobrinho. Enquanto o problema não é resolvido, as companhias que operam para as cidades cujo único meio de transporte ágil é o avião amargam prejuízos. Sem poder decolar, as aeronaves ficam empilhadas no pátio do aeroporto. As que ainda tinham algum estoque voam para trechos mais curtos.
Vôos para municípios mais distantes, como Jordão, estão cancelados. Segundo Carlos Mendes, da Radial Táxi Aéreo, a empresa contabiliza um prejuízo de R$ 10,8 mil durante esses três dias sem o avigás, somente com os vôos para Jordão. Estudante de Medicina na Bolívia, o jovem Manuel de Souza está desde quinta sem poder voltar para Jordão, onde mora sua família. Passageiros destas cidades que precisam vir a Rio Branco para tratamento de saúde também são afetados.