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Jorge diz que Conferência do Clima trará vantagens para a economia acreana

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A Conferência de Copenhague, que começa amanhã na Dinamarca, terá a presença das maiores lideranças políticas do Planeta. O Brasil levará uma comitiva de 700 pessoas entre governadores, parlamentares, empresários e técnicos. O Acre terá uma representatividade importante na Conferência devido ao modelo econômico que adotou há 10 anos. A pauta principal de Copenhague será o aquecimento global e as emissões de detritos químicos na atmosfera da Terra. Recentemente, o Estado recebeu comitivas de ecologistas de várias regiões do mundo para conhecer o modelo de desenvolvimento sustentável acreano. O ex-governador Jorge Viana (PT), numa entrevista exclusiva, faz um balanço da política econômica e dos seus resultados.

O Acre como modelo planetário
Sobre as visitas internacionais e o papel do Estado no desenvolvimento sustentável, Jorge Viana comentou: “qualquer evento que trabalhe as bases de uma economia sustentável é importante. O Acre é um dos poucos estados que já fez o dever de casa. Promoveu uma mudança muito importante nas pessoas, na so-ciedade, nas entidades, nas empresas e no Governo que, aliás, foi parte da promoção da mudança. Tudo fruto de um movimento social muito forte que buscou na floresta as respostas para a base de um desenvolvimento do Estado. Por ter sido pioneiro, o Acre, que mais avançou nesse aspecto, já está discutindo o pós-Copenhague”, disse ele.

Copenhague e os benefícios para o desenvolvimento acreano
Jorge Viana analisou como a Conferência poderá trazer vantagens para o crescimento da economia acreana. “As últimas notícias sobre as nações mais importantes do mundo de que não chegariam, em Cope-nhague, com metas para a diminuição das emissões de gases do efeito estufa foram mudadas. Chegando com metas, o Brasil, que já foi ousado em apresentar planos impactantes, chega com vantagem. No pós-Copenhague vamos ter uma corrida para criar economias de baixo carbono que poderão gerar crédito. O Acre já criou as condições para acelerar essa economia de baixo carbono graças às ações do Governo, da sociedade e do movimento social que, capitaneado por Chico Mendes, nos colocou nessa agenda. Será uma oportunidade fantástica para nós que criamos condições favoráveis porque estamos num processo de mudança para melhor, como diz um dos mais conceituados economistas do Brasil, Ricardo Paes de Barros. O Acre é um dos estados brasileiros onde o processo de inclusão social está acontecendo com mais velocidade. Mais pessoas pobres estão deixando essa condição para se inserirem em atividades econômicas. O Acre atualmente tem um PIB, da atividade econômica, num processo de crescimento. Proporcionalmente, um dos maiores do Brasil. Isso porque já estamos focados numa economia de baixo carbono com alta inclusão social. É preciso fazer as duas coisas se combinarem. A sustentabilidade do modelo e uma economia de baixo carbono aproveitando a mudança no perfil do consumidor do mundo. Temos as melhores condições para sermos dependente de uma economia florestal. Assim, poderemos ter uma mudança muito forte nos indicadores econômicos e sociais”,  afirmou.

A oposição e o modelo de desenvolvimento
Apesar dos avanços que a economia sustentável trouxe ao Estado às forças políticas de oposição têm feito severas críticas ao modelo acreano. Jorge Viana acusa seus opositores de estarem desconectados com a realidade atual do Planeta.  “Não acredito que possa haver uma mudança forte nesse caminho que o Acre está trilhando. A locomotiva que move o Estado para frente está centrada numa economia sustentável e florestal. Temos que melhorar e ampliar as bases dessa nova economia. Acho que é ficção oferecer um modelo que não foi implementado aqui no Acre. O que a oposição quer é impossível de ser implementado atualmente porque o mundo mudou e essas pessoas não perceberam. Mais da metade das emissões de gás que o Brasil faz na atmosfera vem da Amazônia. O Brasil é o quinto emissor do mundo que causa o efeito estufa, que se continuar, vai afetar o modo de viver de todos e, principalmente, dos mais pobres. Então, ainda bem que o Acre está nesse caminho. Seria muito bom se Rondônia e outros estados da Amazônia seguissem o exemplo do Acre. É impossível no mundo de hoje se voltar atrás”, salientou.

Jorge também comenta a importância do manejo como base dessa economia renovável. “O Acre tem que radicalizar as suas ações nessa área e simplificar com muita responsabilidade o licenciamento para o manejo para produtos madeireiros e não-madeireiros poderem gerar mais empregos e renda à população. O Acre pode ser o pioneiro no novo milênio de uma economia de baixo carbono e alta inclusão social”, explicou.

A questão energética
Outro ponto importante quando se fala em desenvolvimento é a energia. O ex-governador também vê no setor florestal a saída para a questão. “O setor florestal é a resposta para o avanço do Estado na questão energética. As energias do futuro são as limpas como a eólica, a hidroeletricidade e a energia com biomassa que é renovável. O nosso modelo florestal contempla isso. Se pegarmos como exemplos a indústria de laminados e de pisos de Xapuri poderemos comprovar que são auto-suficientes.

Porque geram energia a partir da biomassa que podem ser uma fonte inesgotável de energia. O grande desafio para o mundo sustentável é mexer nos modelos econômicos e nas matrizes energéticas, que é o carro chefe do efeito estufa. De novo o Acre tem uma vantagem comparativa com outros lugares por ter feito a opção pelo modelo florestal como base da nossa economia”, finalizou.      

   

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