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Acreanos passam fome na cadeia pública de Cobija


Brasileiros presos na cadeia pública da cidade de Cobija, na Bolívia – na fronteira com o Acre – denunciam que os recursos destinados pelo Governo Federal para compra de alimentos estão sendo desviados e que os mesmos estão passando fome por conta disso. Vários pedidos de socorro foram feitos à redação de A GAZETA, no decorrer da semana passada.

Através de ligações telefônicas, originadas do interior do próprio presídio, os acreanos que integram o grupo de 20 brasileiros aprisionados no local, relataram as precárias condições em que vivem. São homens e mulheres presos por acusações de homicídio e tráfico de drogas.

Sem comida, eles acabam se transformando em escravos dos presos bolivianos, submetidos a maus-tratos e tortura psicológica. Denúncias do gênero vêm sendo feitas com freqüência à coordenadoria do Centro de Defesa dos Direitos Humanos e Educação Popular (Cedep) por familiares dos brasileiros encarcerados no exterior.

Também existem casos de presos doentes que não estão recebendo atendimento médico e ainda são obrigados a realizar trabalhos forçados. As autoridades bolivianas não permitem o acesso da imprensa à cadeia.

Políticos acreanos, como o deputado federal Fernando Melo (PT), já lideraram missões à cidade para conhecer a realidade de perto e buscar soluções. A Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Acre também já se manifestou, mas o problema persiste.

O defensor público, Waldir Perazzo, está propondo a realização de um seminário internacional para discutir a problemática dos brasileiros presos no exterior. A proposta já ganhou a simpatia do presidente do Tribunal de Justiça do Acre (TJ/AC), desembargador Pedro Ranzi. A idéia de Perazzo é reunir autoridades do Brasil, Peru e Bolívia para buscar uma solução definitiva para a problemática. A intenção é realizar o seminário ainda este ano.

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