A adoção de cães, uma prática já muito comum em vários estados do país, ainda ocorre de forma tímida no Acre. Isso pode ser comprovado a partir de uma simples visita ao Centro de Controle de Zoonoses de Rio Branco, localizado no km 9, Projeto Benfica, Rodovia AC-40. É lá onde funciona o canil municipal e são levados os animais capturados nas ruas da cidade ou então deixados no local pelos próprios donos, geralmente por motivos de saúde.
Foi isso que ocorreu com o Rottweriler Maximus na semana passada. Ele foi abandonado pela dona depois que apresentou uma necrose em uma das patas decorrente de uma unha encravada. A infecção estava em estado avançado, sendo necessários cuidados especiais para a reabilitação do animal.
O Rottweiler é um cão robusto, possuidor de grande força, agilidade e resistência. Sua aparência dá imediata impressão de determinação e coragem, sua conduta é autocon-fiante, decidida e destemida. Seu olhar calmo indica boa natureza. É muito alerta nas suas reações com relação a seu ambiente e seu dono. Daí a explicação porque é tão requisitado como cão de guarda.
Não é por acaso que o agente de controle de zoonoses, Saymon Carvalho, se apaixonou pelo animal assim que o viu. Decidido em adotá-lo, ele passou em trabalhar em horário integral para acompanhar passo a passo a recuperação do Rottweiler. Durante a visita de A GAZETA, os dois passeavam em completa harmonia pelos corredores do Centro de Controle de Zoonoses.
O uso da focinheira é necessário para evitar que Maximus lamba os ferimentos e prejudique o tratamento. Depois do passeio, ele é colado de volta à cela reservada, onde permanecerá até que esteja completamente recuperado. “Ele é um animal bastante dócil e foi isso que despertou a minha atenção”, diz Saymon.
A inspiração para o nome “Maximus”, segundo Saymon, veio do filme “Gladiadores”, onde os cães da raça Rottweiler aparecem fazendo a guarda de prisioneiros de guerra e pastoreando gado. Maximus será o segundo cão adotado por Saymon. Mas a sua devoção pelos animais não pára por aí. Ele já faz planos para quando deixar a casa dos pais e tiver a sua própria residência aumentar o número de animais de estimação.
Pelo menos 85 animais aguardam novos donos
Até o final de semana, cerca de 85 animais haviam sido selecionados para a adoção. Eles são separados em celas de acordo com o porte e o sexo. Aqueles que apresentam algum tipo de doença são mantidos em separado para tratamento. O sacrifício, de acordo com o médico veterinário, Mário César, só ocorre em último caso, quando o animal não tem qualquer esperança de recuperação e apresenta perigo à sociedade.
“O animal não é uma coisa. O que a gente quer despertar na população é esse sentimento de cuidar dos seus animais, não deixá-los abandonados nas ruas”, observa.
Mário César afirma que a idéia é desenvolver em Rio Branco um programa de controle da população canina através de esterilização de machos e fêmeas. Entretanto, para que o sonho se transforme em realidade, a equipe depende da reestruturação do Centro de Controle de Zoonoses. A reforma vai permitir inclusive a realização de intervenções cirúrgicas no próprio local.
Como adotar um animal
De acordo com o médico veterinário Mário César, os interessados em adotar um cão devem se dirigir ao Centro de Controle de Zoonoses de Rio Branco, localizado no km 9, Projeto Benfica, Rodovia AC-40. Feita a escolha, o candidato a dono assina um Termo de Responsabilidade, através do qual se compromete a cuidar do animal a partir daquela data. O processo de adoção é gratuito.