A Capital acreana chegará a uma frota de mais de 100 mil veículos até o final do primeiro semestre deste ano. Em 2009, o número de carros e motos circulando pelas ruas de Rio Branco chegou a 95 mil. Com uma média de mil emplacamentos por mês, a tendência é que a marca de uma centena de veí-culos seja atingida já em maio. No que depender das conces-sionárias e garagens, mais e mais automóveis irão abarrotar as vias da cidade.
O resultado desse inchaço automobilístico é sentido por todos os rio-branquenses; tanto por quem tem, como pelos que não possuem um carro ou moto. Os congestionamentos quilométricos já fazem parte da rotina da população. São filas de se perder de vista. Aonde quer que se vá é inevitável evitá-los. Fica quase impossível encontrar caminhos alternativos.
Em Rio Branco, o problema se agrava ainda mais pelo fato de a cidade ter crescido sem o mínimo planejamento. Qualquer colisão nas estreitas vias já é suficiente para deixar o tráfego um verdadeiro caos. Somente nos últimos anos que os gestores passaram a se atentar para o problema da malha viária da Capital, que não acompanhou o mesmo ritmo de crescimento da frota.
Um dos principais investimentos na área é a duplicação de ruas e avenidas estratégicas: as que concentram o maior fluxo de automóveis. Para que o trânsito rio-branquense flua da melhor forma possível. Uma das apostas do Detran é a instalação dos semáforos cronometrados. São equipamentos inteligentes. A passagem de veí-culos é permitida conforme a quantidade de veículos que trafegam por aquela via.
“Nos horários de pico nem esses sinais dão conta do trânsito”, diz Reginaldo Prates, diretor do Detran. Com a insuficiência da máquina, recorre-se ao homem. Um dos principais entraves na fluidez do tráfego é o comportamento dos próprios motoristas. Para reforçar a fiscalização na região central, o Detran espera a contratação de novos agentes aprovados em concurso público.
“Tem alguns motoristas que não param nem mais em fila dupla, mas sim tripla”, aponta ele. Outra medida adotada pelas cidades que enfrentam o problema do trânsito é incentivar as pessoas a deixar o carro em casa e ir para o trabalho em transportes alternativos. Mas em Rio Branco a idéia esbarra num sistema de transporte coletivo avaliado pela população como “péssimo”. Ônibus decrépitos e o longo tempo de espera são as principais barreiras.
Na liderança de veículos novos que entram em circulação na cidade estão as motos. Até o ano passado, elas chegavam a 35 mil, contra 36 mil automóveis. As motocicletas lideram outro ranking, esse mais triste. Das 132 vítimas fatais do trânsito de Rio Branco, 62 estavam nelas.
Para Prates, o aumento da frota de veículos é algo irreversível. “O crescimento populacional, junto com o econômico, inevitavelmente fará com que mais automóveis entrem em circulação”, prevê ele. A oferta de crédito maior, completa, proporcionará que mais pessoas comprem o carro próprio. Paralelo a isso, é preciso que as autoridades elaborem políticas para melhorar o tráfego.
Com 100 mil automóveis circulando em 2010, o diretor reconhece que, mesmo com as intervenções da engenharia, o trânsito continuará lento nos horários de pico nos pontos mais movimentados. “Estamos preparados para essa demanda”, garante. Uma ação primordial para este ano pelo Detran será a educação dos motoristas. “De nada adianta termos vias estruturadas, sinalizadas, com o veículo em bom estado de conservação, se a imprudência se sobrepor”. 3
“Furões” vão entrar em funcionamento nas próximas semanas, em Rio Branco
Os pardais instalados nos cruzamentos das principais avenidas da Capital, conhecidos por ‘furões”, vão entrar em funcionamento efetivo já a partir das próximas semanas. Por enquanto, o equipamento está em caráter experimental. O ‘furão” será responsável por detectar condutores que ultrapassar sinais vermelhos, parar em cima da faixa de pedestre e dirigir acima da velocidade máxima permitida.
“Ainda estamos em fase de testes. Os pardais passaram pela aferição do Inmetro e faltam somente alguns ajustes”, afirma Reginaldo Prates. Nos primeiros 30 dias, o sistema funcionará de forma educacional. “Faremos uma ampla campanha educativa para explicar como o ‘furão’ vai operar”. Passado esse período, o motorista infrator será penalizado conforme a infração cometida.