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Investimentos públicos e privados alavancam crescimento das cerâmicas no vale do Juruá

As muitas obras executadas pelo Governo do Estado bem como investimentos particulares no Vale do Juruá estão resultando em crescimento econômico para vários setores. Entre eles é visível o crescimento da atividade no setor de cerâmicas. No último verão, as cerâmicas da cidade tiveram dificuldades em atender a demanda por tijolos e muitos clientes tiveram que esperar para ter seus pedidos atendidos. Também devido à quantidade de obras executadas foi um desafio encontrar profissionais da construção civil disponíveis. Durante o verão, só com agendamento se conseguia encontrar um pedreiro para pequenas obras.

Há três anos, as oito empresas do ramo em Cruzeiro do Sul resolveram organizar-se através de uma associação, que foi denominada Associação dos Ceramistas do Vale do Juruá (ACJU). Juntos, elas fabricam mensalmente entre 1.400 a 1.500 milheiros de tijolos de três tipos: maciço, de seis furos e o de oito furos, empregando 200 trabalhadores durante o período de inverno e até 400 no período de verão. As cerâmicas de Cruzeiro do Sul atendem ainda as cidades de Guajará (AM), Rodrigues Alves, Porto Walter e Marechal Thaumaturgo.

Segundo o vice-presidente da ACJU, Vilson Correia, as construções de calçadas, de casas populares e as grandes obras – que possibilitaram obtenção de renda suficiente para que muitos trabalhadores pensassem em reformar ou ampliar suas casas – trouxeram dinamismo ao setor de cerâmicas.

O tijolo é caro?

Muita gente reclama que o preço do tijolo em Cruzeiro do Sul é muito alto: R$ 370,00 o milheiro do tijolo de seis furos e de R$ 500,00 o tijolo de oito furos. Vilson, que juntamente com o pai, Sebastião Correia, comanda a Cerâmica Juruá, a maior do vale, explica que há 20 anos o preço do milheiro de tijolo era um salário-mínimo.

Ele conta que no ano passado houve realmente dois aumentos no preço do tijolo, mas eles resultaram do aumento nos preços dos insumos. Segundo disse, em três anos sua conta mensal de energia saltou de R$ 15 mil para R$ 25 mil. A lenha também ficou mais cara. Atualmente o custo do metro de lenha sai por aproximadamente R$ 25,00. “É necessária a queima de dois a três metros de lenha para produzir um milheiro de tijolos”, justificou.

Investimentos futuros

Para Vilson o setor precisa se expandir para prevenir a demanda futura. No entanto, o empresário precisa se capitalizar para ter como fazer altos investimentos. E para obter financiamento oficial é preciso que a empresa tenha uma certidão do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), o que as empresas de Cruzeiro do Sul ainda não têm.

Para obter esta licença, os ceramistas estão tendo o apoio do Sebrae. Conforme explica a gerente de projetos do Sebrae em Cruzeiro do Sul, Helen Kelma Araújo Chaves, o Sebrae iniciou em 2009 um projeto de apoio às cerâmicas de Cruzeiro do Sul, Feijó, Tarauacá e Mâncio Lima, que deverá se estender até 2011,com objetivo de aumentar a produtividade e lucratividade das empresas.

Várias ações já foram executadas na melhoria do processo produtivo, inclusive com a vinda de um expert no assunto, o consultor Amando Alves, que fez um diagnóstico das cerâmicas locais e fez capacitações abrangendo desde a queima até a secagem, passando pela disposição dos equipamentos dentro da empresa. O Sebrae estuda a possibilidade de trazer o consultor novamente em abril e junho. Em março haverá capacitação sobre controle de estoque. (Agência de Notícias do Acre)

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