Com o objetivo de fortalecer a associação de produtores rurais do Ramal do Benfica, onde serão implantadas áreas para produção de pimenta-longa, a Embrapa Acre, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) rea-lizou o curso Associativismo e Cooperativismo, em parceria com o Governo do Estado. Participaram da capacitação, produtores de pimenta-loga e agricultores em geral.
Cerca de 25 produtores do Ramal do Benfica, membros da Associação Unidos Venceremos, ouviram com atenção as dicas e ensinamentos do técnico da Secretaria Estadual de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof), Nilson Josuá, instrutor da capacitação, que atua no setor de associativismo há 28 anos. “O primeiro passo para a associação dar certo é a vontade do grupo de se organizar. Assim, eles deixam de reivindicar e passam a ter força de negociação com as instituições para suprir as necessidades da comunidade. Isto faz com que eles percebam que não dependem do governo nem de instituições financeiras bancos”, esclarece Josuá.
Ainda segundo o extensionista, as demandas da associação devem partir do planejamento das propriedades. “Normalmente, faz-se o mapeamento das necessidades a partir da associação e se esquece de que a propriedade é a base do processo”, explica. Para o agricultor Francisco Veiga Sobrinho, que cultiva hortaliças e frutas em um lote de 16 hectares, a produção só se desenvolve se houver união dos agricultores. “Eu tenho sentido isso na pele com as dificuldades para comercializar a produção. É muito difícil produzir e gerar renda quando se está fora de uma organização”, salienta.
Pimenta-longa
A capacitação faz parte do projeto de transferência de tecnologia para cultivo de pimenta-longa em pequenas propriedades do Acre, executado em parceria com a Secretaria Municipal de Agricultura de Rio Branco (Safra) e Governo do Estado, através da Seaprof, com recursos financeiros do Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequena Empresa (Sebrae). “A idéia é oportunizar conhecimentos para a diversificação da produção dos agricultores familiares, que poderão fornecer biomassa de pimenta-longa para produção de óleo essencial”, afirma o pesquisador da Embrapa Acre, Jacson Rondinelli, líder do projeto.
A pimenta-longa é uma fonte alternativa para produção de óleo essencial rico em safrol, componente químico aromático utilizado como matéria-prima pela indústria de medicamentos, tintas e perfumes, com alto valor comercial. Espécie nativa da Amazônia, no Acre a planta é encontrada em abundância em áreas de capoeira. A Embrapa vem realizando pesquisas voltadas para o melhoramento genético da cultura e para a definição de um sistema adequado de cultivo. (Ascom Embrapa)