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Vigilantes voltam a protestar por pagamento de salários


A greve dos 125 vigilantes da agência Vigher de segurança privada chegou ontem ao 30º dia com mais promessas, desacordos e ‘apitaços’ de protestos em frente à firma, localizada na Vila Ivonete. É que a direção da Vigher enviou ontem pela manhã a Rio Branco o seu assessor administrativo, José Rodrigues, com a missão de acalmar os ânimos dos seguranças e evitar que a paralisação se estendesse por mais dias.

O representante dialogou com os vigilantes, pediu para que eles cessassem a greve e lhes prometeu que a empresa pagará tudo o que está devendo até o final deste mês, provavelmente a partir do dia 15. Contudo, cansados de promessas e da falta de pagamento, os trabalhadores se recusaram a parar os protestos até que a Vigher cumpra com os seus deveres patronais e pague todas as pendências atrasadas à categoria.

De acordo com Arnaldo Matos, presidente do Sindicato dos Vigilantes do Acre (Sin-deesytac), a Vigher deve 2 meses de salário e o 13º aos operários, a remuneração por rescisões contratuais, além do pagamento de benefícios obrigatórios, como o ticket alimentação e os cursos de atualização dos vigilantes (já vencidos). Segundo ele, a conversa com o assessor da empresa não foi satisfatória, já que os vigilantes não querem mais propostas e sim soluções efetivas para o pagamento das dívidas trabalhistas. Sendo assim, a ordem geral da classe é de permanecer em greve absoluta.

“O representante deles compareceu ao nosso protesto e nós o ouvimos. Mas, infelizmente, o discurso dele não passou de palavras e mais promessas. E não é de nada disso que estes trabalhadores, estes pais de famílias para sustentar, estão precisando. O que eles querem é o pagamento do que lhes é de direito; que a firma lhes dê dias exatos para receber os seus salários e não de um monte de ‘talvez’. Por isso, a greve continua mais forte do que nunca e não há previsão para que ela termine até que a Vigher cumpra com suas obrigações e pague cada centavo que deve aos seus vigilantes”, enfatizou.

Assessor assegura que a Vigher quer resolver os problemas
Segundo José Rodrigues, assessor administrativo da Vigher, os vigilantes devem ter paciência, pois a firma está fazendo de tudo o que está ao seu alcance no sentido de conseguir o dinheiro para pagar a todos os seus funcionários, tanto aqui, como em Porto Velho e outros municípios de Rondônia. “Os trabalhadores têm todo direito de reclamar diante da situação. Aliás, sentimos bastante por tudo isso. Mas eu garanto que a Vigher está se empenhando para contornar estas dificuldades e que a partir do dia 15 as coisas irão melhorar. Até o final deste mês eu garanto que tudo estará acertado”, declarou.

O assessor explicou que o motivo da Vigher não ter o dinheiro para pagar o quadro de funcionários em Rio Branco não é pela inadimplência dos seus clientes daqui e sim dos de Rondônia. Conforme ele, o dinheiro que é pago pelos credores acreanos está sendo repassado para equilibrar as despesas da agência no estado vizinho, já que grandes clientes de Porto Velho estão em débito há meses.  

Os vigilantes não aceitaram as explicações do assessor, alegando ser difícil ter pa-ciência quando não há dinheiro em casa nem para comer e que não passarão fome por conta das dívidas de Rondônia. “Isso não faz sentido, porque o próprio pessoal de lá também está sem receber e, por isso, já estão à beira de uma greve também. Chega de mentiras. Queremos respeito e o nosso dinheiro. Ninguém trabalha de graça, ninguém trabalha para sustentar os outros”, protestou um dos manifestantes.

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