Sem opções no campo partidário, a pré-candidata do PV à Presidência da República, senadora Marina Silva, confirmou nesta quinta-feira (28) em Porto Alegre que o partido vai investir na indicação do empresário Guilherme Leal, presidente do Conselho de Administração da Natura, como candidato a vice na eleição de outubro.
“Dificilmente faremos aliança com algum partido político. Por isso, fiz questão de filiar o Guilherme em tempo hábil”, disse a senadora. Em almoço com empresários na Federação do Comércio do Rio Grande do Sul, Marina disse que a candidatura do empresário “depende somente dele”.
Marina não poupou elogios ao seu virtual candidato a vice. “É um empresário que trabalha com a sustentabilidade desde ante de o tema virar moda. Sua candidatura terá um significado muito grande para o PV”, disse.
Leal, que acompanhou o roteiro de Marina Silva em Porto Alegre durante o Fórum Social Mundial, reconheceu que sua filiação ao PV no dia 30 de agosto de 2009, último prazo permitido pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para candidaturas em 2010, foi um “gesto político”. Segundo ele, o anúncio da sua presença como vice na chapa do PV é só uma “questão de momento”.
Pelo calendário eleitoral, os partidos devem definir suas chapas e coligações até 30 de junho. Até lá, segundo Marina, haverá tempo para que o processo político interno seja amadurecido. “Havia uma conversa e um desejo grande de aliança com o PSOL, embora soubéssemos que seria difícil. Mas o diálogo [com o PSOL] continua”, afirmou a senadora.
A candidata disse que pretende buscar apoio à sua candidatura em “núcleos sociais vivos”, como empresários, nas universidades e nos movimentos sociais. O governo Lula, para a senadora, provou que não é necessário ter uma visão meramente tecnocrática para governar um país. “Vamos partir para outro tipo de campanha eleitoral”, disse em relação ao pouco espaço que terá o PV durante o horário eleitoral gratuito.
Marina elogiou as conquistas do atual governo, mas voltou a classificar a gestão como “conservadora” em matéria ambiental. Aos empresários, Marina disse também que não tem uma “visão aventureira” em relação a temas econômicos e sociais.
A senadora, entretanto, defendeu ênfase maior num modelo sustentável de desenvolvimento, que ela classificou uma economia de baixo carbono. “No Brasil, isso é perfeitamente possível. Nossa matriz elétrica é 90% limpa. Nossa matriz energética, considerando outras fontes, é 45% limpa. Não vejo problema algum em valorizar essa opção”, disse. (UOL Notícias)