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O dever de fazer justiça

Conhecedor da história do Acre, de seu povo e da batalha pela conquista de nosso território e da reconstrução de nosso Estado, não pude deixar de me posicionar ao ler a reportagem “Da década perdida à da reconstrução, o Acre testa em 2010 seu amadurecimento”, na edição de quinta-feira, 31 de dezembro.

Sendo leitor assíduo e grande admirador deste matutino, sinto-me na obrigação de repor algumas verdades, até mesmo para evitar lapsos de informações e colocações injustas destacadas pelo historiador Marcus Vinicius acerca de minha família e do governo do meu tio, o ex-governador Orleir Cameli.

Distante da perfeição, algo inerente a todos os seres humanos e governantes, Orleir Cameli deveria, por justiça, ser lembrado não apenas por suas falhas administrativas, mas como o governador que mais construiu estradas do Acre, tendo sido ainda o maior incentivador da Educação rural, o idealizador do Programa de Educação para Jovens e Adutos (Paja), hoje o EJA, o responsável pela grande primeira reconstrução da Saúde Pública com a reforma do Pronto-Socorro de Rio Branco e outros estabelecimentos da área.

Antes de deixar o governo, Orleir lançou a pedra fundamental da terceira ponte de Rio Branco e deixou na conta o recurso integral para duplicação da estrada do aeroporto e mais dezenas de ações na Capital e interior do Estado como a reconstrução do município de Sena Madureira após a alagação de 1997 que assolou totalmente a população do Vale do Purus.

Com relação à Segurança Pública, onde Orleir é injustamente colocado como “apoiador” do grupo na reportagem, foi em seu governo que de fato teve início as ações de desmantelamento do Esquadrão da Morte no Acre, através de medidas de apoio ao Tribunal de Justiça e outros órgãos estadual e federal.

Não seria demais lembrar que parte dos projetos do governo Orleir Cameli foram dados continuidade pelo governo de Jorge Viana e dos demais comandados pelo PT, todos devidamente apoiados por ele e sua família durante o perío-do eleitoral.

Enfim, Orleir Cameli não é um coronel de barranco, não é o responsável pela criação do Esquadrão da Morte, muito menos pela “destruição” do Acre e pela miséria da população, que aliás continua crescendo em larga escala no Estado para lamentação de todos nós.

Eu, como cidadão acrea-no e representante legítimo da população de nosso Estado, sinto-me na obrigação de repor tais verdades, e colocar-me a disposição para qualquer esclarecimento de ordem pessoal e política.

Agradeço a direção deste matutino, que muito tem colaborado para a democracia e a boa maneira de se fazer jornalismo no Acre.

Gladson Cameli
Deputado federal (PP/AC)

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