O assunto político mais comentado dos últimos dias foi uma possível aliança do PMDB com o PT. Alheio a toda movimentação especulativa, o pré-candidato peemedebista ao governo do Estado, Rodrigo Pinto, resolveu falar sobre o assunto, ontem. O vereador alega que durante o período natalino preferiu se retirar para fazer uma reflexão das lembranças deixadas pelo seu pai, Edmundo Pinto, assassinado em 92. Rodrigo garantiu que não pretende retirar a sua candidatura, inclusive, continuará a visitar regiões do Estado como o Alto Acre e o Juruá nos próximos dias. Ele não acredita na consignação da aliança. Mas ponderou: “não tenho problema com os Vianas (Tião e Jorge). Sou amigo dos sobrinhos Diego e Tiago. Na hipótese de uma aliança com o PT se fosse candidato a vice poderia deixar os sonhos de lado para um projeto maior de desenvolvimento do Acre”, sentenciou.
Aliança PT-PMDB
Indagado sobre a aliança com os petistas, Rodrigo, avaliou: “temos que ver com bastante responsabilidade essa questão, afinal, nós estamos falando dos maiores pensadores políticos do Acre, Jorge Viana e Flaviano Melo. Queremos mostrar que o PMDB quer o desenvolvimento para o Acre, com prosperidade e geração de renda e empregos. Nós como peemedebistas fizemos uma proposta em nome da unidade da oposição com uma candidatura única. Estamos estabelecendo diretrizes de governo e as outras lideranças de oposição parecem que estão hibernando. Nós precisamos trabalhar e mostrar o que queremos para o nosso desenvolvimento. O PMDB como um grande partido sempre foi adversário político do PT, mas não temos inimigos pessoais. A porta está aberta para o diálogo sem problema nenhum”, destacou.
Esvaziamento
Rodrigo Pinto acha que as especulações dos últimos dias podem prejudicar a sua candidatura. “As especulações geram desconfiança. Isso são notícias plantadas pelos nossos adversários para provocar uma turbulência no partido. Mas na política as conversas diárias e as especulações estão presentes. É um jogo de xadrez onde se deve colocar cada pedra no seu devido lugar. As eleições só irão acontecer depois das homologações das alianças. Muitas conversas irão acontecer até 5 de julho deste ano”, explicou.
Candidatura própria
Apesar das especulações Rodrigo Pinto reafirma que é candidato. “A minha candidatura ao governo tem o apoio do presidente do partido, de todos os diretórios regionais e da nossa militância. O PMDB quer uma candidatura majoritária. Agora, nós estabelecemos que não serão mais os partidos de oposição que irão determinar os rumos do nosso partido. Quem vai estabelecer isso é a população do Acre e nós iremos nos aprofundar nessa questão através de pesquisas para chegarmos a uma conclusão. Mesmo com uma aliança com o PT, o PMDB quer uma candidatura majoritária. Cada partido apresenta a sua proposta e não há nenhuma razão para haver nenhuma retirada de candidatura. Isso foi ungido pelos dirigentes do partido e já andei todo o Estado”, afirmou.
Pressão nacional pela aliança regionalO vereador peemedebista admite que haverá uma pressão da executiva nacional do PMDB para uma aliança no Acre. Ele avalia que até mesmo no Rio Grande do Sul onde parecia impossível uma junção entre os dois partidos as dificuldades estão sendo superadas. Só restariam rusgas na Bahia e no Acre. “É importante destacar que a aliança com o PT envolve a direção nacional. Os dois maiores partidos do Brasil provavelmente estarão aliados e isso irá influenciar nos estados. Mas dado a circunstância históricas acredito que irão respeitar as características regionais do Acre. Aqui os dois partidos sempre foram adversários políticos e, vale frisar, que todos surgiram do mesmo grupo político e que todos acrea-nos conhecem essa história. Então, não há problema nenhum. Mas acho que dificilmente isso deva acontecer. Quem serão os nossos adversários se nós nos unirmos? O PT precisa do PMDB na oposição assim como o PMDB precisará do PT na oposição quando estiver governando o Estado. Isso é natural para a sobrevivência da democracia”, avaliou.
Apesar desse entendimento nacional entre os partidos, Rodrigo, garante que ficará firme na sua intenção de governar o Acre. “Sob hipótese nenhuma retiro a minha candidatura. Fomos provocados e aceitamos o desafio. Estou cada vez mais maduro e com a consciência de conhecer os problemas de todo o Estado. É um caminho sem volta”, garantiu.
CPI do “asfalto fantasma”
O vereador peemedebista se desculpou com seus eleitores da Capital por estar muito envolvido com as viagens ao interior. Mas afiançou que em 2010 pretende intensificar o seu trabalho na Câmara. Vai tentar emplacar uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar as ruas que constam como asfaltadas, mas que nunca viram um palmo de piche. “Continuo atuando como vereador de oposição com uma postura mais madura e com maior responsabilidade. Inclusive, quero instaurar uma CPI na Câmara. Já conversei com vereadores tanto da base quanto da oposição e estamos coesos para uma CPI que mostre as ruas que estão asfaltadas no papel, mas que nunca viram um palmo de pavimentação. Queremos descobrir quem são os responsáveis pelas irregularidades para estabelecer uma lei que possa garantir que aquela rua é fruto de um erro de gestão que deve ser condenado sem que a população pague por isso e seja prejudicado pela ação da prefeitura”, salientou.
Na hipótese da aliança
Seja qual for a decisão sobre a aliança, Rodrigo, acha que poderá disputar na convenção partidária. “Não tenho conversado com meu grupo político sobre essa possibilidade. Está na minha cabeça que sou candidato ao governo. Para acontecer a aliança deverá haver uma convenção para escolher o melhor caminho para o partido. Eu iria para a convenção com a vontade dos 22 diretórios para defender a minha candidatura. Não consigo visua-lizar que o projeto do PMDB mude de via”, garantiu.
A paz entre o PT e o PMDB nas eleições
Recentemente o ex-governador, Jorge Viana, comentou que mesmo que não saia uma aliança os dois partidos não devem se atacar nas eleições. Rodrigo Pinto concorda. “O ex-governador surgiu na época do meu pai, o saudoso Edmundo Pinto. Então, nós consideramos as palavras do Jorge Viana. Ele sabe que o PMDB tem um projeto administrativo e está apresentando um nome que é similar aos que a FPA apresentou no passado. Vi fotos do Jorge Viana quando se lançou candidato ao Governo pela primeira vez e era mais jovem do que eu. O Jorge sabe que somos de famílias tradicionais e que podemos contribuir para o desenvolvimento da nossa terra. Quem vai capitanear o processo eleitoral do PMDB serei eu e posso garantir a todos que iremos apresentar propostas para estabelecer garantias para as pessoas poderem confiar na nossa palavra. Nós iremos estabelecer essa relação de confiança. Então, agressões pessoais e ataques rasteiros não irão acontecer dentro da proposta do PMDB. Quem duvidar poderá ver as nossas inserções de rádio e TV, em maio, que terão apenas propostas”, finalizou.