O procurador de Justiça, Sammy Barbosa Lopes, 37 anos, assume na noite de hoje a Procuradoria Geral de Justiça do Acre. O evento de posse acontece às 19h no Teatro Plácido de Castro. Entre os presentes vão estar o governador Binho Marques, o presidente da Assembléia Legislativa, deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB), e o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Pedro Ranzi.
Barbosa assume a chefia do Ministério Público Estadual (MPE) após a eleição da lista tríplice, em 18 de novembro, que foi encaminhada a Binho. Além do nome dele, estava o do promotor Álvaro Pereira e da procuradora Patrícia Rêgo. Na lista, Barbosa ficou em segundo lugar com 43 votos; dois a menos que Rêgo, somando 45 votos. O governador petista optou por escolher Barbosa, um dos membros do MPE que liderou a equipe de investigação contra o Esquadrão da Morte, no final da década de 90.
A eleição para a escolha do novo procurador geral de Justiça aconteceu após um momento de cisão entre os membros do MP, que estavam insatisfeitos com a longa permanência de Edmar Monteiro frente ao órgão. Até mesmo o CNMP (Conselho Na-cional do Ministério Público) chegou a ser acionado. Foi determinada a saída de Monteiro do cargo de procurador de Justiça. Em seu lugar, até a posse de Barbosa, assumiu a procuradora Gisele Mubárac.
Aos 37 anos de idade, Sammy Barbosa é o mais jovem procurador a assumir a Procuradoria Geral de Justiça. Formado em Direito pela Universidade Federal do Acre, ele ingressou ao MPE aos 24 anos. Ao contrário de seu antecessor, Barbosa afirma que não se postergará na função. “Acredito que a minha presença deve ser a mais breve possível. Estou me planejando para ficar dois anos como procurador-geral de Justiça. Não quero me envelhecer dentro desse cargo”, disse ele A GAZETA em dezembro passado.
Como uma de suas prioridades de gestão, o procurador investirá na modernização tecnológica. Para ele, somente assim será possível agilizar os serviços do Ministério Público, oferecendo mais eficiência à população. Uma das propostas inovadoras é criar as promotorias flutuantes, que levará o MP às comunidades mais isoladas do Estado. Além disso, Barbosa reformulará a Lei Orgânica do MPE, adaptando-a à nova realidade dos ministérios públicos no país.
Severo crítico das leis brasileiras, o novo procurador diz “que muitas vezes o sistema jurídico nacional transmite a impressão de que as leis são feitas para não serem cumpridas, para garantir a impunidade”. No Acre, o MPE é criticado por sua ação tímida no trabalho de fiscalização das ações do Poder Executivo. Na avaliação dele, as instituições brasileiras ainda passam por um processo de aperfeiçoamento do trabalho de fiscalizar e cobrar a correta aplicação dos recursos públicos.
“É preciso ações preventivas para garantir que o dinheiro arrecadado de impostos seja investido em escolas, hospitais, moradias, enfim. Isso não é uma tarefa simples para um promotor, detectar desvio de dinheiro no calhamaço da construção de uma ponte ou estrada”, defende. Para ele, é necessário que se ofereçam condições para que o MP possa realizar trabalhos minuciosos na investigação de possíveis corrupções.