Nos últimos meses do ano passado, a Amazônia brasileira perdeu uma área de floresta de 247,6 km2. Desse total, o Acre contribuiu com um desmatamento de 3 km2 entre outubro e dezembro. Os dados foram apresentados ontem pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Especiais). Em comparação com a avaliação anterior, houve uma redução na área devastada. Somente em setembro, mais de 400 km2 de mata foram perdidos.
Naquele mês, o Acre teve desmatado quase 10 km2. A intensa presença de nuvens sobre a região amazônica acabou por impossibilitar uma análise mais precisa do desmatamento neste período de chuvas, ao contrário do que ocorre durante os meses secos. Em dezembro, por exemplo, os satélites do Inpe não conseguiram captar as áreas desmatadas.
Em outubro, 175 km2 de floresta foram devastados. No mesmo mês de 2008, registrou-se 540 km2. No encerrar de 2009, o Pará continuou a ser o estado campeão de desmatamento, respondendo por quase 40%, ou 68 km2.
Em segundo lugar aparece o Mato Grosso, com 41,8 km2. Em outubro, a cobertura de nuvens na Amazônia Legal chegou a 23%. Com uma presença de nebulosidade maior em novembro (49%), o Inpe registrou um desmatamento de 72 km2.
Mais uma vez o Pará foi o líder na devastação da floresta: 40 km2, ou 56% do total. Em seguida, aparece o Maranhão, que desmatou 18,7 km2. A contribuição do Acre no mês foi de apenas 0,8 km2. Os números do Inpe apontam queda do desmatamento na Amazônia nos últimos anos. Em comparação com o mesmo período de 2008, o total de floresta nativa perdida no ano passado diminuiu 70%.
“Os dados são de queda significativa. Houve redução de 68% em um mês e 80% em outro”, avaliou o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. Um dos motivos apresentados para a diminuição foi o aumento nas fiscalizações de repressão ao desmatamento pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal e a Força de Segurança Nacional.
Somente na semana passada, a Operação Boi Pirata II retirou mil cabeças de gado de uma área de proteção ambiental no Pará. Com relação ao futuro, disse Minc: “A meta é reduzir o desmatamento em 80% e chegar a 3,5 mil km² em 2020. Podemos alcançar essa meta ainda este ano, com nove ou dez anos de antecedência. Podemos chegar em 2020 com redução de 95% do desmatamento em relação à década anterior”.