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Aumento do mínimo em janeiro não reflete em vendas dos supermercados

Em vigor desde o começo do ano, o novo salário mínimo de R$ 510 não refletiu no aumento das vendas nos supermercados acreanos. É a análise que faz o empresário Adem Araújo, proprietário da rede Araújo de supermercados. Em comparação com janeiro do ano passado, o desempenho das vendas neste mesmo mês de 2010 não foi superado.

Adem
“Ano passado o aumento do [salário] mínimo foi em março, e em 2010 já em janeiro. Era para termos um reflexo maior [nas vendas], mas não foi o que aconteceu. Em janeiro de 2009 crescemos 8% e em janeiro deste ano chegamos a pouco mais de 5%”, pondera Adem.

Não há números exatos que afiram o crescimento do setor no Acre. Os únicos dados disponíveis são da Abras (Associação Brasileira de Supermercados). “O levantamento nacional reflete o mesmo desempenho do Acre. A diferença é mínima”, garante Adem. Em 2009, as vendas dos supermercados cresceram 5,51% ante o ano anterior. No Acre, o setor ganhou impulso e incrementou a concorrência com a chegada do Super-atacadista Makro.

Outro fator a influenciar o desempenho é a economia desaquecida nesta época do ano por conta do “inverno amazônico”. Com o período de chuvas, a construção civil fica estagnada e não consegue manter o bom ritmo de contratações. Sem emprego, o consumo diminui. Para Adem, a maior frustração foi o fato de o novo salário mínimo não ter impulsionado as vendas.

Mesmo com um começo nem tão positivo, o empresário aposta em um 2010 com a mesma média de crescimento dos anos anteriores.

A recuperação econômica em 2010 pode afetar esse desempenho. Os grandes beneficiados serão não os supermercados, mas os super-atacadistas, como o Makro. Com empresas e indústrias voltando a contratar, a tendência é que mais pessoas passem a comer em restaurantes. Com isso, as compras por alimentos nas prateleiras dos supermercados tendem a cair.

“O dono de restaurante vai comprar seu estoque em um super-atacadista”. Longe dos principais centros produtores do país e totalmente depende da importação de alimentos – exceto a carne vermelha – o setor de supermercados no Acre enfrenta as oscilações nos valores dos fretes, além do pagamento de impostos que acabam por encarecer o preço do produto ao consumidor final.

O valor do frete tem impacto maior nos produtos primá-rios, como os grãos: arroz, feijão, açúcar, entre outros. “Ele [o frete] chega a representar até 20% do preço desses produtos”. Para recompensar o peso nesta categoria de alimentos, o Acre e os demais estados da Amazônia ficam livre da cobrança do IPI (Imposto sobre Produtos Indus-trializados) naqueles benefi-ciados pela indústria.

“Com essa não tributação o custo com alimentos para quem mora no Acre não fica tão dispendioso, e ajuda no desenvolvimento”, analisa Adem.

De olho no crescimento, Adem inaugura loja em Porto Velho
Uma das capitais que mais cresce no país, Porto Velho se tornou nos últimos meses a galinha dos ovos de ouro dos empresários que querem investir e incrementar os negócios. Apostando nesse “boom”, o empresário Adem Araújo inaugurou ontem uma loja na capital rondoniense. “Precisamos crescer, ampliar nosso mercado”, afirma Adem Araújo.

Com um investimento aproximado de R$ 10 milhões, o novo supermercado aposta em um mercado com mais de 700 mil consumidores. “A expectativa é que em quatro anos a população de Porto Velho chegue a um milhão de habitantes, já é uma metrópole”. Tanto crescimento é explicado pela construção das usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antonio, no Rio Madeira. Em 2009, Rondônia teve o maior percentual de geração de empregos do país.

Sobre o mercado de Rio Branco, diz Adem: “ainda somos muito restritos. Uma empresa que quiser crescer tem que buscar outras alternativas. Por mais que em Porto Velho a concorrência seja muito mais acirrada, com empresas estruturadas, lá você tem mais consumidores com uma renda per capita muito melhor”.

As possibilidades de crescimento em Porto Velho, completa, são maiores. “É um mercado promissor”. Além disso, outra situação coloca Rondônia em vantagem quando comparado com o Acre: a forte produção no campo. “Todo o Estado é forte, não só a Capital, como é aqui no Acre”.  

 

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