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Bombeiros registram 81 ocorrências de insetos e cobras em Rio Branco

O Corpo de Bombeiros Militar (CBM/AC) registrou desde 1º de janeiro até o final da semana passada 81 ocorrências de insetos e cobras na Capital e proximidades, dos quais 71 foram do primeiro grupo e 10 de serpentes (o que inclui espécies peçonhentas). Entre os bandos de insetos mais achados pelos bombeiros estão as abelhas, vespas (e/ou marimbondos), cabas e alguns tipos de formigas. Na parte dos ofídios, destacam-se as jibóias, jararacas, corais, verdes e surucucus (pico-de-jacá).

 
No ano passado, foram 789 casos desta natureza. Divididos, somam 120 para cobras e 669 para insetos. Isso comprova que os números de 2010 ainda não são altos (representam 10,26% do total de 2009), porém, são preocupantes, haja vista que as equipes do CBM/AC (cerca de 120 efetivos disponíveis) já constataram neste ano várias mortes de animais domésticos (cachorros, gatos, papagaios e outras aves) causadas por ataques de coletivos de insetos (em especial, de abelhas).

No caso das cobras, as conseqüências são mais graves, tendo em vista que as peçonhentas podem ser mortais não só para animais, como também para seres humanos. Caso não tratado com urgência, um adulto saudável picado por um ofídio ‘venenoso’ (termo popular, mas não adequado) pode sofrer perdas de tecido na pele (necrose, o que causaria amputação do membro). Se não for devidamente tratado, a ‘peçonha’ da cobra, dependendo da quantidade injetada na circulação, culmina no óbito da pessoa.

De acordo com o major Marcelo Araújo, assessor de Comunicação do CBM/AC, as serpentes e os insetos da região migram muito de território, seja por abrigo ou para completar ciclos vitais (como amadurecimento e reprodução). Com efeito, é natural que as pessoas se deparem com eles enquanto trocam de área, o que inclui zonas urbanas.

“Isso faz com que as ocorrências envolvendo-os sejam bem freqüentes por aqui. Além destes 81 casos nos primeiros 41 dias de 2010, é bem provável que haja mais até do que o dobro deste valor, pois ainda há muitos acreanos que vêem esses animais, mas não informam ao Ciosp. Seja por uma questão de cultura, de coragem ou de costume, prefere enfrentá-los e matá-los por si”, acrescenta Marcelo Araújo. 

As áreas de maior risco para estas notificações, conta o major BM, são as rurais ao redor da cidade e lugares mais abandonados ou mal cuidados de bairros periféricos. Para capturar cobras, os bombeiros contam com luvas e outras vestimentas adequadas. Para destruir casas de insetos, eles utilizam ou um equipamento lança-chamas específico de alto alcance ou um lançam um jato de gasolina comum. “E todos os bombeiros que atuam nesse serviço são bem treinados para executá-lo com a menor margem de erro possível”, completa o assessor.

Como se prevenir de cobras e insetos
Segundo o major Marcelo Araújo, ocorrências envolvendo enxames de insetos e cobras são comuns em todo o Estado. Por isso, a população deve ficar bem atenta com alguns cuidados básicos para se prevenir contra a instalação de insetos e ofídios em casa ou áreas próximas. O maior deles, destaca o major, é a limpeza completa e constante de quintais, jardins, jardineiras, canteiros, árvores, plantas ornamentais, terrenos baldios vizinhos e/ou outros espaços propícios a instalação destes dois grupos de animais.

“Esta limpeza incluiu a retirada de entulhos, aparar bem a grama a uma altura que não passe do pé e mesmo os galhos mais volumosos de árvores, não deixar nenhum acúmulo muito grande de lixo, não abandonar um cômodo da casa por muito tempo e sempre vigiar o terreno do vizinho. Estas são algumas medidas que evitarão que a sua casa fique livre destes bichos, além de preveni-la contra vários agentes que causam doenças, entre eles, o mosquito da dengue, da malária, entre outros”, detalhou.  

O que fazer diante da presença dos bichos ou de picadas

Conforme o assessor do CBM/AC, a ação mais recomendável diante da presença de cobras ou de casas relativamente grandes de insetos é se afastar do local e discar logo o 193 do Ciosp para acionar os bombeiros aptos a cuidar destes bichos com segurança. É importante ressaltar que enfrentá-los por conta própria e sem experiência no assunto pode, em muitos casos, gerar acidentes mais sérios com picadas ou ataques.

No caso da investida de insetos, é preciso recorrer ao atendimento de emergência (192 – frisando que o próprio Samu acionará os bombeiros se avaliar que é necessário) apenas se a pessoa picada demonstrar alguma reação alérgica ou ao veneno do inseto, choque e/ou alguma marca tóxica/infecciosa na(s) parte(s) atin-gida(s). No caso de ser um bicho com ferrão é importante retirá-lo com cuidado (rápido e sem puxá-lo de vez), lavar bem o(s) local(is) afetados e tentar matar o inseto para identificação no tratamento.

Em relação à picada de serpentes, é necessário reconhecer se são peçonhentas ou não. Entre algumas diferenças básicas estão: peçonhentas possuem cabeça triangular (e não arredondadas), olhos pequenos, orifícios na cabeça, tendem a ser mais agressivas e têm 2 presas grandes (ou seja, a picada terá duas marcas de dentes que se sobressaem). É importante chamar com urgência o Samu. Quanto mais peçonha entrar na corrente sanguínea e mais próxima for a picada do coração, mais grave será o quadro clínico. É muito importante também tentar capturar a cobra para reconhecer o tipo de ‘veneno’.

Como primeiros socorros (o que só é eficaz nos primeiros 30 min), é importante deitar a vítima o mais rápido, limpar o local mordido e evitar com que ela se esforce para não estimular a circulação. Jamais lhe dê álcool, deixe a pessoa caminhar ou corte a pele para ‘extrair o veneno’ (isso é coisa de cinema e não se aplica à vida real).

 

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