Nas primeiras seis semanas deste ano, o número de casos de dengue cresceu mais de 100% em relação a 2009. Entre 1° de janeiro e 13 de fevereiro foram registrados 108.640 casos em todo país, contra 51.873 do ano passado.
De acordo com o Ministério da Saúde, as chuvas e as altas temperaturas contribuem para o aumento de casos, já que facilitam a reprodução do mosquito Aedes aegypti. Outro fator que ajudou a elevar o número de casos é a recirculação da dengue do tipo 1, que teve mais intensidade no fim da década de 80, segundo o coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue, Giovanini Coelho.
“Quando você tem uma população que nunca foi exposta a determinado tipo de vírus, a chance de epidemia é muito grande. E temos uma parcela da população que não teve contato com esse vírus. São crianças e adultos jovens que nasceram após esse período em que houve maior circulação do tipo 1”, explicou Coelho.
Segundo o balanço do Ministério da Saúde, Rondônia, Mato Grosso do Sul, Acre, Mato Grosso e Goiás concentram 71% dos casos, ou 77.117 notificações. Esses estados registram índices de incidência elevados, que vão de 423,2 a 891,7 casos por 100 mil habitantes.
A maior incidência da dengue está no Mato Grosso, que registrou 891,7 casos a cada 100 mil habitantes. No Acre foram 870,4 mil a cada grupo de 100 mil pessoas, em Rondônia a incidência é de 642,3, no Goiás 423,2 e no Mato Grosso 511,8. Os dados são referentes às primeiras seis semanas de 2010.
Já Minas Gerais tem 15.626 casos de dengue e uma taxa de incidência de 78 para 100 mil habitantes. Em São Paulo e no Distrito Federal foram registrados, respectivamente, 2.930 e 1.167 casos. Em comparação ao ano passado, o Ministério da Saúde destacou o aumento das notificações em São Paulo (589%), Minas Gerais (119%) e Distrito Federal (394%).
Foram registradas nesse ano 21 mortes, contra 32 em 2009. Mas os números podem aumentar porque alguns óbitos ainda não foram confirmados como casos de dengue. “Esses dados obviamente nos preocupam, mas eles se concentram em cinco estados da federação, demonstrando nesse momento uma concentração da doença na região Centro-Oeste e Norte do país”, disse.
De acordo com Coelho, mesmo com a concentração de casos nesses estados, todas as unidades da federação devem estar “em alerta”. “Existe uma situação de vulnerabilidade no país como um todo. É preciso alertar para a necessidade de intensificação das medidas de prevenção, tanto pelos gestores estaduais e municipais quanto pela população”, afirmou. (UOL com informações da Agência Brasil)