O Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS) reuniu-se com seus representantes durante três dias, na Escola da Floresta, para eleger os coordenadores estaduais e discutir o planejamento estratégico até 2012. A atividade teve apoio da WWF Brasil e do Governo do Estado, que cumprem a função de colaborar na articulação dos movimentos sociais.
Organizações de base extrativistas e comunitárias de todo Estado estavam presentes: representantes das cinco reservas extrativistas, das três florestas estaduais e dos dois projetos de assentamento extrativistas. E cada regional elegeu um representante, que assume como coordenador estadual. É a primeira vez que são eleitos coordenadores estaduais, que têm a missão de fortalecer a articulação e voz da base dessa cadeia produtiva. A reunião pautou também as necessidades locais para as ações do planejamento estratégico.
“Cuidar da Amazônia é uma tarefa muito difícil e agora nós estaremos presente no Estado inteiro”, afirma o secretario-geral do CNS, José Maria. “A gente precisava ser ouvido. Na minha região, Tarauacá, a gente precisa se focar na produção, mas já no Comara a maior necessidade é o Luz para Todos. Então, unidos, nós vamos conseguir ter mais das políticas públicas”, ressalta Orleir Araújo.
O CNS foi criado para lutar pelos direitos dos seringueiros. Nasceu em outubro de 1985, durante o 1º Encontro Nacional dos Seringueiros, realizado na Universidade de Brasília (UnB). Ele é fruto do incansável trabalho de Chico Mendes à frente dos empates e derrubadas no Acre e cresceu com a articulação e representação dos trabalhadores agroextrativistas, reivindicando seus direitos como legítimos defensores da floresta, pois conhecem seu valor e significado.
Durante os dias do encontro regional do CNS, representantes de instituições públicas participaram do debate, fortalecendo a articulação e as expectativas para o movimento no Estado. As políticas públicas foram apresentadas pela Sema, ICMBio e Ibama. Representante do projeto Luz para Todos confirmou a distribuição de 37 mil kits de energia solar. A Seaprof ressaltou possibilidades produtivas. Ainda foi tratada a importância das associações, pela Secretaria de Articulação Institucional e a nova prática sustentável através do pagamento de serviços ambientais.
“É estratégia nossa o trabalho baseado na floresta, na florestania e na nossa luta. Tanto que o Acre tem sido exemplo para o Brasil e para o mundo. O extrativismo e o desenvolvimento sustentável são nosso orgulho, e o fortalecimento do homem da floresta trará melhoria da qualidade de vida de toda a sociedade acreana”, conclui o secretàrio de Estado de Meio Ambiente, Eufran Amaral. (Assessoria Sismat)