Alegando estar há mais de 50 dias com os salários atrasados, cerca de 200 trabalhadores do Deracre (Departamento de Estradas e Rodagens do Acre) realizaram na manhã de ontem uma paralisação de poucas horas. O movimento aconteceu na usina de asfalto do órgão, no Distrito Industrial. Sem querer se identificar, eles alegam que estão com suas contas comprometidas e vencidas, passando por dificuldades.
A grande maioria destes trabalhadores são contratados pela Emurb (Empresa Municipal de Serviços Urbanos) e foram remanejados para o Deracre. Eles realizam o serviço de manutenção da malha rodoviária do Estado. É um trabalho realizado nas mais adversas situações. Outra queixa deles é quanto à falta de Equipamentos de Proteção Individual, o EPI.
Diante da reportagem, um deles mostrou a bota já bastante desgastada e que ainda é usada em serviço. Manuseando produtos tóxicos e em altas temperaturas, esses trabalhadores estão vulneráveis a sofrer os mais distintos acidentes. De acordo com Edson Alexandre, diretor administrativo e financeiro do Deracre, o atraso no pagamento dos salários aconteceu por falhas no próprio sistema bancário.
Com o feriado prolongado do Carnaval, a situação não pôde ser solucionada. Alexandre assegurou que ainda ontem o dinheiro estaria nas contas dos trabalhadores. Sobre o uso de EPIs, o diretor afirma que o órgão fornece todo o material necessário para garantir a segurança dos trabalhadores. O problema, diz ele, é a falta de consciência dos operários em usá-los.
“Temos investido nos últimos meses em educação de segurança no trabalho para tentar fazer com que eles [os trabalhadores] usem os equipamentos”, afirma.