Os pais de Rio Branco estão reclamando de exagero nas listas de materiais escolares solicitadas pelas instituições de ensino. Segundo eles, as escolas estão pedindo produtos que não são tão importantes didaticamente para os seus filhos e que poderiam ser compartilhados entre a turma, como réguas, esquadros, colas e tintas. Além disso, eles também alegam que as escolas requerem uma grande quantidade para cada item, e isto deixa quase inviável a compra de tudo o que é pedido, com totais nas compras que variam inicialmente entre R$ 70,00 a 90,00 e superam os R$ 150,00.
Conforme Marlene Martins, mãe de 3 filhos, as listas estão se tornando maiores e mais exageradas a cada ano. “Há coisas nestas relações que são abusivas. Eu entendo que a educação do nosso filho exija um custo alto, mas acho que essas despesas não podem ser confundidas com extrapolações. Eles também têm que aprender a racionar e não desperdiçar. Eu acho que as escolas deveriam prestar explicações sobre estes materiais que são pedidos. Eles não orientam e não justificam para ninguém”, opinou.
Outra mãe preocupada em comprar os melhores materiais escolares para garantir uma boa volta às aulas de seus dois filhos, mas esbarra a sua vontade numa vasta lista, é Monique Lopes. Segundo ela, há produtos que além de serem dispensáveis, ainda são pedidos em uma grande quantidade. “Tem alguns artigos que eu particularmente não acho tão necessário. Os meninos podiam dividir algumas dessas coisas, como essa régua, a cola e até alguns lápis. Podia ser até um boa lição para eles”, comentou.
Procon/AC dá dicas de como evitar irregularidades nas listas
Para garantir que os pais não comprem produtos extras, a superintendência regional de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon/AC) divulgou ontem no seu site um rol de 39 produtos que não são permitidos nas listas de materiais fornecidas pelas instituições de ensino. Para reforçar esta orientação, a chefe da Divisão de Reclamação da autarquia, Daniella Matias Barcellos, também informou à reportagem de A GAZETA algumas dicas para a hora de comprar os itens pedidos pelas escolas.
De acordo com Daniella Barcellos, ao receber a lista de materiais, os pais devem fazer 2 observações básicas. Em primeiro lugar, eles devem analisar dentre os produtos quais são os que podem e os que não podem ser solicitados pelas escolas. “Diante da lista, os pais devem saber fazer essa diferen-ciação entre o que é de sua responsabilidade e o que é da escola. Basicamente, qualquer tipo de material didático para uso exclusivo do aluno pode ser pedido, como canetas, cadernos, lápis, giz de cera, tesoura, cola, etc. Contudo, quando se trata de uso coletivo, aí já é um dever da escola”, explicou ela.
Após distinguir os materiais, a chefe da Divisão de Reclamação explicou que os pais devem fazer uma segunda observação, na qual devem avaliar as quantidades de materiais requeridos. “Para isso, orientamos aos pais que verifiquem se a quantidade que consta nas listas é realmente aceitável, que façam pesquisas de preços nas lojas para que não fiquem endividados e que saibam que podem entregar materiais às escolas do modo que acharem melhor, seja ela fracionada ou por inteiro”, aconselhou.
Os itens não permitidos são: algodão; álcool hidrogenado; balões; caneta para lousa; CDs e DVDs; clipes; copos, talheres e pratos descartáveis; cordão; pasta de dente; disquete; elastex; estêncil e similares; fita adesiva; esponja para louça; fita/cartucho para impressora; giz branco ou colorido para quadro negro; fitas decorativas; fitilhos; grampeador; kit de primeiros socorros; grampos para grampeador; guardanapos; materiais de limpeza; medicamentos; papel convite; papel higiênico; papel ofício normal e colorido; papel para copiadoras e/ou para enrolar balas; papel para flip chart; papel para impressoras; pasta suspensa; pegador de roupas; plástico para classificador; sabonetes; tinta para mi-meógrafo; TNT e tonner.