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Rio Branco registra mais de 1,6 mil notificações de dengue na última semana


O Departamento de Vigilância Epidemiológica e Ambiental (Dvea) registrou na semana passada (5ª do calendário epidemio-lógico: 31 de janeiro a 6 de fevereiro) uma parcial quase completa de 1.611 notificações de dengue em Rio Branco. Trata-se do maior valor deste ano, com acréscimo de 78,01% (706 notificações) se comparado com a semana retrasada (4ª), que teve 905 ocorrências. Ao todo, as cinco primeiras semanas de 2010 resultam numa soma ‘parcial’ (está sujeita a alteração) de 4.591 casos notificados, dos quais 531 foram na 1ª (3-9 de janeiro), 800 na 2ª (10-16), 744 na 3ª (17-23) e os já mencionados 905 na 4ª (24-30) e 1.611 na 5ª (31-6).

O posto de saúde de Rio Branco que mais contabilizou advertências na semana passada foi o Barral y Barral, com 792 notas (49% de 1.611). Vale ressaltar que esta 5ª semana foi também a primeira em que o referido posto tornou-se exclusivo à doença pela Secretária Municipal de Saúde. Em segundo lugar, ficou a UPA do 2º Distrito, com 545 avisos (34%). Na seqüência, a UPA do Tucumã, com 187 casos (12%). As outras 87 notificações (5%) vieram das demais unidades de saúde.

Ainda não há previsões para a atual semana (6ª: 7 a 13 de fevereiro), mas é provável (quase certo) que ela eleve a cifra total para mais de 5,5 mil ocorrências. No ano passado inteiro, foram 19.451 suspeitas registradas. Isto é, até o momento, os 4.591 avisos deste ano já representam 23,603% do total contabilizado em 2009.

Aliás, a situação da dengue atingiu uma fase tão crítica e imprevisível na Capital que agora é completamente baseada em probabilidades. De acordo com Jeosafá Cesar, diretor do Dvea, os 1.611 casos representam para a Vigilância duas hipóteses. A primeira aponta que é preciso continuar com as ações da prefeitura de forma intensa e mobilizadora. “A nossa execução tem de se manter forte para chamar a sociedade para a luta contra a dengue, pois ela só será vencida com o envolvimento de todos. Sozinhos, nem o poder público, nem a comunidade é capaz de mudar nada”, comenta ele.

Já a segunda é que as unidades de saúde não estavam dando conta de atender a toda a demanda da cidade em termos de notificações. Assim, a partir do momento em que especia-lizaram o Barral, as suspeitas passaram a ser registradas com mais precisão. Em outras palavras, já poderia haver um número maior nas quatro primeiras semanas, mas que só foram registrados a partir desta quinta. “O Barral passou a ser a referência da cidade. Tudo agora se concentra nele. Por isso, o sentimento dos servidores de saúde das UPAs agora é de alívio com o direcionamento”, analisa o diretor.

Apesar da atual conjuntura, a expectativa do Dvea ainda é de começar a registrar quedas nas notificações a partir desta 2ª quinzena de fevereiro. Para reafirmar a teoria, Jeosafá conta que em 2009 houve uma grande alta na 7ª semana, com 1.907 notas. A partir daí, ainda foram valores altos, mas que começaram a dar sinal de quedas. “Para este ano, esperamos um fenômeno semelhante, principalmente pela quantidade de ações que estamos fazendo desde dezembro”, frisou.

Primeira morte oficial causada pela doença foi confirmada ontem

Ontem também foi confirmada, oficialmente, a primeira morte causada pela dengue em Rio Branco. Ou seja, foi a primeira comprovação em todos os relatórios clínicos/analíticos do Dvea que contarão para os números finais do Ministério da Saúde. Outros 4 óbitos ainda estão sendo investigados. Contudo, os exames laboratoriais prévios já acenaram que pelo menos mais 1 das 4 suspeitas tem grandes chances de ser confirmada com a conclusão de todo o processo investigatório.

Sobre a situação da dengue hemorrágica, 11 das 16 notificações deste ano foram descartadas (pessoas que se curaram ou não estavam com hemorragia por dengue). As demais 5 suspeitas ainda continuam sob investigação.

Trabalho no Carnaval
Em relação ao Carnaval da cidade/Estado, Jeosafá garantiu que os trabalhos de assistência, prevenção e combate à dengue não serão interrompidos em nenhum dia. Segundo o diretor do Dvea, a folia gera dificuldades no trabalho de visitas que é feito pelos agentes de endemias, porém, a prefeitura não pode deixar que obstáculos como este des-viem a linha de combate que está sendo executada na cidade.

“Precisamos manter o foco, mesmo no Carnaval, para não perder o controle. Nesse sentido, estaremos com campanhas de cuidados e prevenção junto à população, além de mobilizações com as igrejas católicas e evangélicas e outras instituições que atuam na cidade, como a Fieac. A nossa expectativa é de que a festa possa ser tranqüila, sem nenhuma conseqüência mais relevante à nossa situação”, concluiu o diretor.

 

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