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Servidores denunciam ‘irregularidades’ na Ufac e reitoria se defende

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Uma pessoa, que preferiu se identificar apenas como representante de um grupo de servidores da Ufac, Sintest e Adufac, apresentou anteontem ao jornal A GAZETA uma série de denúncias de supostas irregularidades na Universidade Federal. Ele alegou, num texto intitulado ‘Quebra de Democracia’, que a reitoria e pró-reitoria da instituição teriam indicado funcionários que não teriam cumprido funções, que foram liberados para doutorados estando em estágio probatório e que há nepotismo em uma contratação.

O grupo ameaça levar hoje um documento com as acusações ao Ministério Público Federal (MPF/AC) para as devidas intervenções de reajuste na Ufac.
Conforme o texto do grupo de servidores, há ‘abuso de poder’ por parte da atual gestão da universidade (reitoria) e ‘falcatruas’ de um dos pró-reitores, que teria recebido ajuda de custo para transferência de domicílio com valores para 4 pessoas e só utilizado passagem para 2, sem ter ressarcido a diferença. O mesmo pró-reitor, segundo consta no documento, teria em sua equipe uma ‘irmã de sangue’, o que caracterizaria nepotismo.

Eles também acusam a reitoria da Ufac de supostamente ter indicado pessoas do seu gabinete para trabalhar no Vestibular 2010 (e que não teriam executado os serviços), de ter liberado uma servidora em estágio probatório para cursar doutorado (o que seria ilegal) e de ter um assessor/diretor financeiro atual da Fundape que é suspeito de ter desviado verbas públicas da sua instituição anterior. Para finalizar, o texto ainda acusa um dos professores de perseguir uma funcionária ‘com 22 anos de bons serviços’ e que hoje estaria em ‘estado depressivo’, inclusive com acompanhamento médico.  

Reitora afirma que acusações são infundadas

De acordo com a reitora Olinda Batista, as acusações contra a Ufac são infundadas e provavelmente devem ter partido de trabalhadores insatisfeitos. Segundo ela, a universidade é uma instituição aberta e que não deixa nenhuma irregularidade sem punição. Por tal razão, ela conta que não há motivo para temer denúncias ou mesmo inspeções do MPF/AC. “Nunca deixei nada em aberto. Se chega alguma denúncia eu sempre busco respondê-la ou apurá-la através de processos administrativos. Portanto, a minha gestão é de moralização e o que houver de irregular será punido”, declarou. 

Para especificar as defesas das insinuações, Olinda Batista afirmou que o pró-reitor mencionado no texto foi transferido de Brasília para a Ufac com a aprovação da Projudi, sem nenhum tipo de entrave neste processo. “E todos os documentos, incluindo o de prestação de contas, estão aqui na universidade para quem quiser vê-los”, completou. Em relação ao vestibular, a reitora conta que não teve participação na escolha de nenhum trabalhador, a não ser os nomes para a comissão, que foi quem teve a isonomia de chamar e treinar todas as pessoas aptas. “E eles trabalharam normalmente”, disse.

Quanto à perseguição, a reitora Olinda foi categórica ao dizer que na Ufac não existe perseguição e sim cobrança. Segundo ela, este grupo de servidores denunciante não pode confundir perseguição com a cobrança que a reitoria faz para que obrigações trabalhistas sejam cumpridas, sem tolerar atrasos e passeios na hora de expediente.

“Em relação ao diretor-financeiro da Fundape, eu não tenho nada a declarar, pois diz respeito à vida particular dele. O que cobramos aqui é a parte profissional. Tudo o que posso dizer sobre isso é que nunca tivemos suspeita de nada irregular por lá. Por fim, sobre tal liberação de um servidor para fazer doutorado, eu quero que alguém me prove, porque nunca liberei servidor probatório para canto nenhum. Inclusive, há probatórios com indicação para mestrados e eu não os deixo ir porque seria injusto para com os outros. Na Ufac, não há protegidos. O nosso tratamento não é de leis para um, e sim de uma lei para todos”, concluiu Olinda Batista

Presidentes negam participação do Sintest e da Adufac nas denúncias
Os presidentes do Sindicato dos Trabalhadores em 3º Grau (Sintest/AC) e da Associação dos Docentes da Ufac (Adufac), respectivamente Aldemar Sena e Andréia Dantas, negaram qualquer tipo de envolvimento das duas entidades na autoria das acusações feitas pelo grupo de servidores. Segundo eles, as direções do Sintest/AC e da Adufac nem sequer tiveram conhecimento do conteúdo de tais insinuações e, portanto, não havia autorização, quanto mais apoio para nada que lhes seja relacionado.

“Como presidente, eu não permiti a publicação de nenhuma denúncia com o nome da associação na autoria. Inclusive, eu não sei quem é o autor disso e não acho justo que usem o nosso nome para coisas que não aprovamos”, declarou Andréia Sena. Por sua vez, Aldemar Sena contou que o sindicato também está alheio à denúncia e que não apoiará o seu ingresso junto ao MPF, pois o Sintest/AC sempre tem responsabilidade em tudo aquilo que denuncia formal ou publicamente.

 

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