O julgamento da Ação Civil Pública, proposta pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), pedindo o fim da Cooperativa dos Trabalhadores em Saúde de Rio Branco (Coopersaúde), que deveria acontecer ontem, foi adiado para o dia oito de abril. O processo tramita na 3ª Vara do Trabalho da 14ª Região, seção judiciária de Rio Branco.
Trajando camisetas de cor verde e munidos de cartazes pedindo a manutenção da cooperativa, os trabalhadores se concentraram em frente o Fórum Trabalhista de Rio Branco enquanto aguardavam a decisão. O presidente da Coopersaúde, Sebastião Braz, disse que está disposto a atender todas as orientações da Justiça para corrigir as eventuais falhas encontradas, de forma que os postos de trabalho sejam mantidos.
O adiamento do julgamento ocorreu em virtude do pedido de apresentação de novas testemunhas protocolado pelo MPT. Braz também acredita que o novo prazo pode ser favorável aos trabalhadores, uma vez que eles ganham tempo para buscar novos argumentos para manter a cooperativa.
A Ação Civil Pública foi proposta em 2001, após uma série de denúncias feitas pela chapa de oposição derrotada em processo eleitoral da entidade. Uma das irregularidades apontadas é ausência de registro dos profissionais em carteira, o que infringiria a Lei de Cooperativas (5.764/71).
Sebastião Braz argumenta que o fim da cooperativa seria catastrófico para as famílias que dependem do seu funcionamento. “São trabalhadores com pouca instrução escolar, muitos analfabetos e com faixa etária acima dos 40 anos. Um grupo que sem dúvida não teria espaço no competitivo mercado de trabalho”, disse.
O presidente também destacou que a cooperativa sempre fez o seu trabalho de forma clara, limpa e justa. Por isso, ele apela à Justiça do Trabalho para que tenha bom senso e leve em conta na sua decisão os pontos positivos que a Coopersaúde vem trazendo aos seus associados e à cidade, de forma geral.