O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO) apreendeu 460 quilos de carne de animais silvestres e ainda 50 jabutis na região do Parque Nacional da Serra do Divisor (PNSD) em operação realizada durante o Carnaval que teve ainda a participação do Ibama e da Polícia Civil. Desde o ano passado, moradores de diversas comunidades do Rio Paraná dos Mouras vinham fazendo denúncia da presença de caçadores profissionais na região, o que prejudica não só a preservação da fauna, mas também os moradores da região que praticam a caça de subsistência, já que a caça vai cada vez mais para longe.
Segundo relato do chefe da Reserva Extrativista do Rio Liberdade, Francisco Barbosa de Melo (Chico Ginú), a operação durou cinco dias. Dois veículos do Ibama com os seis componentes da expedição seguiram pelo Ramal da Bananeira, até a Comunidade Torre da Lua. Dali seguiram em dois barcos até a comunidade do senhor Natálio. Lá, a equipe fez barreira por duas noites e um dia não sendo encontrado os infratores. Decidiram então continuar a subir o rio, que está baixo para a época, tendo deixado um barco para trás. Foi um dia de subida por cima de paus e barrancos, a maior parte do tempo empurrando o barco.
Até que finalmente toparam com o grupo de caçadores que estavam em quatro canoas. Eram nove adultos e uma criança que traziam consigo quatro espingardas, uma motosserra, uma saca de sal, além da caça morta acondicionada em oito sacos de fibras e ainda os jabutis.
Segundo Chico Ginú, inicialmente, os caçadores alegaram que a caça era de subsistência, o que ele contesta, pois a quantidade de caça era muito grande, além do mais a expedição já durava cerca de um mês. Entre os animais abatidos estavam anta, porquinho, veado, inhambu, paca, mutum jacu, jacaré e até macaco. Se-gundo as denúncias que chegaram ao Ibama, os caçadores ilegais comercializavam a caça nas comunidades do Paraná dos Mouras cobrando cerca de R$ 6,00 o quilo, enquanto o jabuti grande custava aproximadamente R$ 50,00. (Agência Acre)