Brasília – O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou hoje (25) que o Brasil assumiu um papel de protagonista no cenário internacional. Amorim disse que vários grupos de cooperação foram criados por iniciativa brasileira e as articulações ganharam mais espaço em decorrência dessas ações conjuntas. O episódio mais recente, segundo o chanceler, foi a criação da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos, anteontem (23) no México.
Nas reuniões realizadas entre domingo (21) e terça-feira (23), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu o fim do isolamento do Irã e a reavaliação do novo governo de Honduras desde que garantidos os direitos do presidente deposto, Manuel Zelaya.
“Como o presidente Lula frisou, nunca, em 200 anos de história, a América Latina e o Caribe haviam se reunido sem uma tutela externa”, disse hoje Amorim, no ciclo de palestras organizado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), em Brasília. A palestra não foi aberta à imprensa e as informações foram divulgadas pela SAE por meio de nota.
Amorim lembrou ainda a 5º Reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC), em 2003, também no México, quando foi criado o G20 – o grupo de 23 países em desenvolvimento cujo tema central é a Rodada Doha.
A criação do grupo foi uma iniciativa do governo do Brasil. “Aquela foi a reunião em que o mundo viu que o Brasil era capaz de dizer não. E não de uma maneira obstrucionista e irracional, mas qualificada”, afirmou.
Segundo o chanceler, a criação da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) também é resultado de uma ação da política externa do governo Lula. “Muitos dos órgãos, fóruns e entidades que se vê hoje foram, literalmente, invenções da política externa brasileira”, disse ele.
Para Amorim, um outro destaque na política externa brasileira foi o estímulo ao surgimento do G3 ou do Fórum Ibas, que reúne a Índia, o Brasil e a África do Sul. A cooperação entre esses países envolve as áreas de defesa, energia, transporte e cultura. Em 2006 foi realizada a primeira reunião do Ibas em Brasília.
O ciclo de palestras de ministros de Estado, organizado pelo ministro-chefe da SAE, Samuel Pinheiro Guimarães, é destinado aos técnicos e gestores envolvidos na elaboração do Plano Brasil 2022, e a funcionários do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo (IPC-IG).
Antes de Amorim, participaram dos debates os ministros do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, e da Cultura, Juca Ferreira. (Agência Brasil)