Nem rebolation, nem samba no pé. O ano eleitoral começou em ritmo de inaugurações para os dois políticos favoritos nas pesquisas de opinião para a Presidência da República.
Nessa maratona, segundo levantamento feito pelo UOL Notícias, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), leva vantagem de oito eventos sobre a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT). A pesquisa leva em conta inaugurações ou vistoria de obras, entrega e melhorias de serviços já prestados e demais eventos que possam ter impacto eleitoral.
No total, como apontam as informações oficiais divulgadas nos sites governamentais, entre 1º de janeiro e 24 de fevereiro, Serra participou de 22 cerimônias variadas, uma média de uma aparição a cada 2,5 dias. Nessas ocasiões, normalmente discursou, posou para fotos e posteriormente atendeu a imprensa.
Em sua maioria, as participações do tucano tinham como tema a entrega de instalações ou equipamentos para a área da educação – como as escolas técnicas. Só em entregas de ônibus escolares foram quatro nesse período: em Jaboticabal, em Guararapes e nas regiões oeste e de Campinas.
Já Dilma participou efetivamente de 14 eventos públicos, uma média de uma a cada quase 4 dias. Nas visitas, vistoriou obras, entregou chaves e rodou mais de sete Estados – do Rio Grande do Sul ao Maranhão. Muitas vezes, estava acompanhada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com ele, subiu em palcos e vestiu coletes e uniformes.
Do lado da petista, o grosso das visitas era por ações nas áreas de saneamento, abastecimento de água, habitação popular e energia, como no dia 3 de fevereiro, quando foi inaugurar um novo gasoduto da Petrobras, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
Discursos
Apesar de todos os eventos descritos estarem legalmente dentro das atribuições de um administrador público, especialistas explicam que estão nas falas dos políticos as possíveis brechas para irregularidades, como a antecipação da campanha eleitoral antes do prazo limite, que começa no dia 5 de julho.
Dilma, por exemplo, em uma entrega de casas na periferia de Goiânia, criticou a oposição: “Acabou o tempo em que o Brasil era um país bom só para os ricos. Ninguém vai querer que o passado volte”, disse ela, em uma crítica clara ao governo anterior, do PSDB, seu adversário neste ano.
Já Serra, quando abria as portas de uma nova estação de Metrô na capital paulista, começou a falar de educação, especificamente sobre as propagandas recentes que o governo federal fez sobre o ensino técnico. “Quando se pega o ensino técnico, que está crescendo tanto no Brasil, vai se olhar o número por dentro, a gente verifica que a expansão que se fez aqui em São Paulo é o principal fator de explicação”, argumentou.
Outro lado
Procuradas e cobradas desde segunda-feira (22), as assessorias de imprensa dos dois políticos não se manifestaram sobre o conteúdo da reportagem. (UOL)