Ícone do site Jornal A Gazeta do Acre

Em reunião da FPA, Binho destaca importância da unidade entre os partidos

Os 15 partidos que irão marchar juntos no próximo pleito se reuniram, ontem, no auditório da Aleac. O tom dos discursos dos políticos girou em torno da unidade da aliança que já dura 20 anos e das conquistas das gestões estaduais e municipais nos últimos 12 anos. A questão das candidaturas majoritárias ainda não foi debatida. Mas os nomes do senador Tião Viana (PT-AC) ao governo do Estado e de Jorge Viana (PT) para o Senado parecem solidificados entre os partidos da FPA. Por outro lado, foi formado o Conselho Político da FPA que determinará a agenda de ações da aliança no ano eleitoral e a condução da escolha dos nomes majoritários e proporcionais.
Binho-27
Apesar de não ser candidato, o governador Binho Marques (PT) será uma espécie de condutor do processo por ocupar o cargo político mais importante da FPA. Binho fez um balanço das conquistas do seu governo aos partidos e analisou a importância da reunião. “A FPA está conduzindo o processo de 2010 da mesma maneira que conduziu em 1990, se reunindo muito. Pode parecer que uma reunião seja meramente protocolar, mas não é. Nessas reuniões os partidos debatem o futuro com muita democracia. Não é fácil manter uma frente política unida. Afinal, são 20 anos e temos 15 partidos em torno de um mesmo propósito. A base de tudo isso são as reuniões, a conversa e o diálogo. Há um propósito de estar com os partidos não apenas no sentido eleitoral, mas com o objetivo de manter um projeto para o Acre. O senador Tião Viana não está aqui por estar nos Estados Unidos representando o nosso Governo num debate sobre a lei do clima dos norte-americanos e, o Acre é um exemplo disso. Tudo isso é o efeito da FPA. De maneira nenhuma o PT, que é o meu partido, conseguiria chegar aonde chegou sozinho. Nós só estamos tendo essas vitórias porque estamos unidos”, ressaltou Binho.

Princípio de ideais acima dos eleitorais
Binho Marques lembrou aos líderes partidários: “mesmo no ano eleitoral a gente não pode esquecer os nossos ideais. Nesse período a gente fica contabilizando votos e, às vezes, fica muito pragmático e esquece um pouco o que a gente vai fazer ao ganhar uma eleição. Temos que saber escolher os nossos candidatos. Não podemos escolher mal porque a população é que vai votar e os partidos precisam saber bem quem vai representá-la. Por isso, a princípio, a gente não senta para discutir quantos candidatos e de que partidos vão ser. Não é um loteamento de poder, mas uma reunião de propósitos para renovar votos. É parecido com um casamento. É preciso renovar os votos de união e fidelidade para que o casamento se mantenha firme e alcance os seus objetivos”, disse o governador.

“No Acre temos muitas Marinas”
A questão da credibilidade popular na classe política acreana é fundamental para Binho Marques. “Temos muitos problemas dentro dos próprios partidos. Afinal são 15 partidos. Mas o resultado é muito salutar porque a gente não coloca os problemas para debaixo do tapete. Discutimos para encontrar as soluções. Isso faz parte da organização política. É importante a população não achar que só tem erros. Está na hora dos acreanos se orgulharem dos políticos que têm. Veja o que está acontecendo em Brasília e em outros lugares. No Acre nós temos um conjunto de políticos muito interessantes como a Marina Silva (PV-AC). Ela é um exemplo de uma política completamente atípica para o Brasil. No Acre, nós temos muitas Marinas. Então, eu acho que o povo acreano pode se orgulhar da sua classe política. Só conseguimos mudar a vida do povo através de eleição escolhendo um governador, um prefeito ou um deputado decente. É assim que as políticas públicas vão se realizar. Não existe concurso público para prefeito e nem para governador. Seria até interessante que tivesse, mas não tem. É preciso votar e acreditar nos nossos políticos”, finalizou.

Conselho político
O ex-governador Jorge Via-na ressaltou a importância da formação de um conselho político da FPA e da união entre os partidos. “Estamos celebrando a união de 15 partidos e os 20 anos da FPA. Por isso vamos discutir esse tempo e como podemos trabalhar para melhorar a vida da nossa população. Hoje se formou o conselho político da FPA para fazer a condução do processo eleitoral deste ano. Tenho muita fé em Deus que com muita união nós vamos conseguir traçar os planos para continuar mudando o Acre. Enquanto tiver pessoas sofrendo seja nas áreas urbanas ou rurais temos que trabalhar. A política é um espaço importante quando construído com honestidade e ética”, afirmou.

O deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB) também destacou a importância dos encontros da FPA. “Essa reunião reflete uma construção política porque não vamos cair na esparrela de fazer as coisas decididas por poucas pessoas. Por isso, estamos formando o Conselho Político com a participação igualitária dos 15 partidos com acesso e assento estabelecendo uma agenda de funcio-namento que vai fundamentar o debate. Todos os nomes que forem apresentados como candidatos serão tratados com igualdade e respeito para fazermos de forma coletiva o arranjo final”, garantiu.

Seminários de avaliação e candidaturas
O parlamentar comunista também destacou a finalidade das comemorações dos 20 anos da FPA. “Nós deliberamos para construir cinco seminários em cada uma das regionais do Estado. A gente precisa saber mais sobre a nossa história. Nós temos uma aliança política com 20 anos e com uma experiência administrativa que já dura 12 anos no Governo do Estado. Nós temos um capital político e administrativo que a gente tem que olhar para refletir sobre os acertos das políticas públicas que implementamos no Acre. Também queremos identificar os nossos erros e os novos desafios que precisamos enfrentar. É preciso de um olhar crítico e comemorativo da nossa construção política e administrativa ao longo desse tempo, salientou.

Quanto ao esperado anúncio de nomes de candidatos, Edvaldo, foi breve: “as candidaturas precisam refletir esse ambiente sadio de unidade política e programática. As candidaturas vão surgir dessa construção política coletiva”, finalizou.   

Sair da versão mobile