A pré-candidata do PV à Presidência, senadora Marina Silva (AC), defendeu nesta sexta-feira uma campanha transpartidária e afirmou que a questão do meio ambiente está longe de ser um “samba de uma nota só”.
Ela disse que sua candidatura é uma alternativa de desenvolvimento para o país na questão ambiental. “O meu esforço é de mostrar para as pessoas que, longe de ser samba de uma nota só, é construir uma sinfonia, que todos possam fazer parte dessa orquestra, que vai mudar a forma de produzir, consumir, se relacionar com a natureza. Só quem não entende da agenda, acha que é samba de uma nota só”, disse Marina em entrevista à rádio “CBN” do Rio de Janeiro.
Sobre os gastos de campanha e as doações para as eleições, Marina disse ainda não ter os cálculos de quanto vai gastar, mas que tudo será feito de “forma transparente”. Ela disse também que, se eleita, pretende manter política econômica do governo Lula.
A senadora lembrou ainda sobre sua saída do PT. “A saída não foi uma decisão fácil, foi sofrida, foram 30 anos de militância petista. Mas quero continuar sendo mantenedora de utopias.”
Marina defendeu as alianças nas eleições e disse esperar que o empresário Guilherme Leal, co-presidente do conselho de administração da Natura, seja seu vice. “Ainda precisamos da decisão dele e do partido, mas o fato dele ter se filiado já é uma sinalização.”
PT e PSDB
A pré-candidata do PV voltou a afirmar que pretende fazer um “realinhamento histórico”, no qual quer governar “com os melhores do PSDB e os melhores do PT”, e defendeu maturidade política aos partidos e compromisso ético.
“Enquanto o PT e o PSDB não conversarem, vai ficar muito difícil uma governabilidade. Devíamos ser capazes de estabelecer uma governabilidade básica, onde o PT e o PSDB digam: ‘Naquilo que é essencial para o Brasil, nós não vamos colocar em risco a governabilidade’. O Brasil é maior que essas picuinhas.”
Marina falou ainda sobre uma possível chapa com a ex-senadora Heloísa Helena (PSOL-AL). “Eu e Heloísa fizemos esforço para estarmos juntas, somos amigas, temos uma relação de respeito, mas sabíamos que seria difícil e, infelizmente, não prosperou uma aliança formal, mas isso não significa que não vamos estar juntas.”
Escândalo no DF
A senadora defendeu uma reforma política e citou como exemplo o escândalo no Distrito Federal, envolvendo o governador afastado José Roberto Arruda (sem partido).
“A capital da República está acéfala. O governador está preso, o vice renunciou e o presidente da Câmara está envolvido em processos ilícitos. A gente vai ter que ter ali uma intervenção (federal).”
Rio e Senado
A senadora afirmou ainda que o deputado federal Fernando Gabeira (RJ) é o candidato do PV ao governo do Rio. “Ele é o melhor para o Estado.” Segundo ela, o vice na chapa deve ser do PSDB.
Para o Senado, Marina disse que a candidata do PV será a vereadora Aspásia Camargo (RJ). (Folha Online)