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Oposição critica despesas com o Carnaval no Arena

Apesar da Quaresma, o Carnaval continuou a ser o assunto principal do debate na Aleac. O bloco de oposição denunciou que o Governo pagou cerca de R$ 100 mil por noite para uma “cantora desconhecida” que fez os shows no Arena. Os deputados governistas retrucaram que os R$ 300 mil foram licitados para pagar todas as atrações, que se apresentaram no Carnaval. “Foram oito bandas acreanas contratadas para animar as noites carnavalescas”, afirmou Thaumaturgo Lima (PT).
Parecia que o debate tomaria novo rumo através do depoimento da deputada Dinha Carvalho (PR). “O senador Tião Viana (PT-AC) prometeu conseguir uma emenda de R$ 3 milhões para reformar o hospital de Senador Guiomard. A medida vai beneficiar todos os municípios do entorno do Quinari”, garantiu. Depois apresentou um requerimento para uma audiência pública para debater a violência contra a mulher, na Aleac.

Foi quando o deputado Luiz Calixto (PSL) retomou o assunto do Carnaval.  “Extraí do seu pronunciamento o quanto significa R$ 3 milhões para ser investido na Saúde de Senador Guiomard. O Governo investiu mais de R$ 2 milhões no Carnaval Digital. O povo acreano não tem R$ 300 mil para pagar cachê de artistas que ainda não são tops da MPB”, salientou.

A defesa
As referências dos oposi-cionista exaltaram os ânimos dos governistas que saíram da defesa ao ataque. Thaumaturgo Lima (PT) acusou a oposição de “estar apelando e distorcendo a verdade dos fatos”.  “O deputado Calixto chegou a fazer uma comparação do Governo com o traficante Escadinha. Isso é um absurdo. A deputada Antonia Sales (PMDB) se coloca como se só ela conhecesse o interior do Acre. O prefeito do partido dela contratou uma banda em Marechal Thaumaturgo, que se comenta, custou R$ 60 mil. Enquanto isso, na Reparação e na Foz do Breu as comunidades estavam sem energia. Não venham confundir a população mostrando informações erradas para quem está assistindo as nossas falas. Já estamos no clima da campanha, mas temos que fazer um debate leal. A prefeitura do PMDB em Cruzeiro do Sul está com a avenida Copacabana interditada”, contra-atacou.

Neste momento, Antonia Sales pediu um aparte. “Deputado, o senhor deveria conhecer as comunidades do interior. O Governo deveria fazer mais parcerias com os municípios. O dinheiro gasto no Carnaval deveria ter sido distribuído com as prefeituras do interior”, justificou.

Deputadas entram em conflito 
A deputada Perpétua de Sá (PT) também aparteou Thaumaturgo Lima. “Vivi por 12 anos em Marechal Thaumaturgo e fiquei muito triste de ver o nosso povo na situação que está. Falta motor funcionando nas comunidades. É lamentável o que está vivendo a população. Sequer tiveram merenda escolar nas escolas. As aulas, dos 200 dias letivos tiveram no máximo 120 dias por conta da demora de sair o pagamento”, afirmou se referindo a administração do prefeito Randson Almeida (PMDB).

Antonia Sales respondeu na mesma altura se referindo ao ex-prefeito Itamar de Sá (PT). “Muito me admira que a deputada diga que o prefeito de Marechal Thaumaturgo esteja sendo incompetente. A incompetência é do seu marido que durante oito anos deixou as escolas caindo aos pedaços. Vamos fazer uma avaliação. O seu marido está enrolado com o Tribunal de Contas devendo R$ 8 milhões que estão pedindo de volta. Dá quase R$ 8 milhões de irregularidades. Não queira jogar pedra no telhado dos outros se a senhora tem o telhado de vidro. Tem que ver o nosso telhado e dar responsabilidade de quem realmente tem”, retrucou.

Líder defende coerência no debate
Moisés Diniz (PCdoB), também ocupou a tribuna para pedir um pouco mais de calma e coerência no debate. Se referindo a questão da saúde pública relacionada ao Carnaval, o líder do governo ironizou: “a denge em Rio Branco não pertence ao Angelim (PT), mas a malária de Cruzeiro do Sul também não pertence ao Wagner (PMDB). Não se deve filiar partidariamente nenhum dos mosquitos. Temos que discutir isso de forma madura. Porque essas epidemias atinge as pessoas mais pobres. A nossa discussão parlamentar deve ser se devemos ou não pedir ajuda. O básico é que o nosso governo está fazendo parceria com os prefeitos na áreas de saúde e educação. Se temos problemas na manutenção de um pequeno hospital vamos discutir para melhorar a relação. Não vou debater o Carnaval do interior e se o prefeito devia ou não trazer uma banda de fora. Cada prefeito e governador sabe o que é melhor para o seu povo. Desde 1999, que nenhum governador da FPA pegou jatinho com dinheiro público para se embriagar no Rio de Janeiro”, desabafou.

 Nota de Esclarecimento
Em correção à informação publicada no Diário Oficial do Estado que leva à interpretação de que o valor contratado tenha sido pago apenas à banda baiana que animou as últimas três noites de Carnaval no Arena da Floresta, a Fundação Elias Mansour esclarece que:

Com as três noites animadas pela banda baiana a FEM teve uma despesa de R$106 mil.

Com as cinco noites animadas pelas bandas locais a FEM teve uma despesa de R$ 127.5 mil.
As despesas operacionais de passagens, transporte de equipamentos, hospedagem, alimentação, taxa de administração e outras ficaram em R$ 67 mil, somando ao todo o valor de R$ 300.5 mil do contrato, cujo extrato foi incorretamente publicado.

Atenciosamente, 
Sant’Ana, Presidente da Fundação de Cultura Elias Mansour

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