Senadora Marisa Serrano
Um amplo debate sobre o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi proposto nesta quinta-feira (11) pela senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), que comunicou ao Plenário a apresentação de requerimento nesse sentido na Comissão de Educação, Cultura e Esporte. Depois de criticar as reformulações no exame feitas pelo atual governo, ela anunciou que pretende reunir em audiência pública autoridades e interessados no assunto.
Marisa Serrano lembrou que o Enem, criado em 1998, era prova única de 63 questões e uma redação. Na versão atual, chamada de Novo Enem, o exame passou a ter quatro provas e uma redação, gerando reclamações quanto a seu tamanho e duração. Segundo ela, os participantes “mal tinham tempo de ler o enunciado, quanto mais de responder as questões”.
A “reformulação radical” do sistema de avaliação do ensino médio, conforme a senadora, se fez sem planejamento e infra-estrutura. O resultado, apontou, foram problemas de informática, logística, segurança, elaboração de conteúdos, divulgação do gabarito e correção da prova. Marisa Serrano citou o prejuízo de mais de R$ 30 milhões causado pelo furto de uma prova dois dias antes da realização do exame, “desorganizando os exames vestibulares e o calendário das muitas universidades brasileiras”.
Trauma
A senadora comentou declaração do ministro da Educação, Fernando Haddad, para quem o Enem foi “um trauma violento”. Ela disse que, de fato, o Enem foi um trauma, não para o Ministério da Educação ou para o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), mas para os milhões de jovens que dependiam do exame para ingressar numa universidade pública. Notou que o exame “mexe com milhares de vidas”: ele foi concebido como critério para distribuição de 48 mil vagas em 51 instituições federais.
Marisa Serrano foi apoiada, em aparte, pelo senador Sadi Cassol (PT-TO), que destacou a experiência de escolas de tempo integral em Palmas. (Agência Senado)