Uma das grandes questões da Humanidade é aprender a viver e a desafiar constantemente o seu limite. O Homem que coaduna com o seu limite torna-se inferior ao seu potencial, desprezando assim valiosas experiências de crescimento interno e de realizações externas. Por outro lado, indivíduos que não sabem o seu limite e acabam extrapolando além da conta da prudência são vítimas de extinção precoce por afobação e falta de preparo. Ou ainda, tornam-se prisioneiros do seu próprio ego tal qual criança mimada que se torna senhora absoluta do seu pequeno reino. Nenhuma das situações é desejada. É necessário trilhar um caminho seguro, sendo que a questão pode ser contornada pelo uso do planejamento estratégico e da intuição e reflexão ativa.
O planejamento significa não apenas o preparo antecipado das ações e da previsão dos acontecimentos, mas também o constante aprimoramento das pessoas e recursos envolvidos. Além disso, planejar não é realizar planos fixos e rígidos, mas flexíveis e adaptáveis às circunstâncias para alcançar os objetivos. No caso, o progresso do Homem como ser civilizado. A qualidade da aprendizagem durante a execução do planejamento é peça fundamental para o sucesso geral, bem como a disciplina envolvida.
Já a intuição é reconhecer e saber escutar a “voz interna”, o feeling da experiência, dos conhecimentos adquiridos e também da própria (in)consciência. Devido a sua natureza, a intuição e a reflexão caminham juntas. Pela reflexão se alcança um domínio maior do assunto, possibilitando raciocínios mais profundos e menos falaciosos.
Tanto o planejamento, quanto à intuição e a reflexão são elementos importantes para que o Homem progrida de maneira segura em sua caminhada na Terra, pois ele não está aqui de férias ou para se acomodar num conforto material transitório, mas aprender as lições de humildade, amor ao próximo e principalmente, a ajudar aos outros e consequentemente, a si próprio por meio do trabalho altruístico.
Nada mais justo do que o crescimento do Homem seja realizado por ele mesmo, embasado em suas obras e principalmente, no refinamento de sua consciência e de seus pensamentos. Na escola da vida a questão da melhoria pessoal é prova de avanço nas séries.
Por isso, a importância de pararmos um pouco e refletirmos na vida e em nossas ações cotidianas. Por exemplo: o que eu fiz de bom e o que eu fiz de ruim nos últimos dias? Será que acertei mais do que errei? Até que ponto estou desafiando o meu limite para transformar o ser antigo numa pessoa melhor?
Nos sábios ensinamentos de Sócrates, “a vida que não passamos em revista não vale a pena viver”, pois tal qual criança que ensaia os primeiros passos e ainda descobre seus limites de equilíbrio e coordenação, o Homem também deve progredir para um mundo mais civilizado, menos egoístico, não se contentando com a pequenez do globo terrestre, nem com a do seu ego, mas querendo expandir os limites do Universo por meio do combate de suas próprias limitações. Engajemos neste desafio de aperfeiçoarmos a nós mesmos ao longo do tempo, pois somos não apenas senhores do nosso destino, mas também responsáveis pela nossa felicidade ou infelicidade. Nada acontece por acaso, ninguém é recompensado ou punido injustamente, apenas recebemos os frutos de nossas ações.
Paulo Hayashi Jr.
Doutorando em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)