O ano de 2010 é um momento importante para a consolidação de um novo padrão de atendimento de urgência e emergência na rede pública. O que se quer é fortalecer e integrar os serviços, agilizando e qualificando cada vez mais a atenção à população, de acordo com suas reais necessidades.
A dupla aposta no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu/192) e nas Unidades de Pronto Atendimento 24 Horas (Upas) é fundamental para solucionarmos um problema histórico: as filas nas emergências dos hospitais. Nesse contexto, o Samu se insere como ordenador do sistema. Criado em 2003, trabalha com centrais que têm médicos para as primeiras orientações, que enviam o resgate e verificam a disponibilidade de leitos e de atendimento ao paciente.
O Samu deve chegar até o final do ano a praticamente todo o país, ação em que o Acre é um dos estados pioneiros. Nesta quinta-feira (25/3), serão entregues 650 das 2.312 novas ambulân-cias previstas para este ano. O número é maior que a frota existente hoje, de 1.488 veículos, que atende 105,5 milhões de brasileiros – 55% da população. E o Estado do Acre receberá somente nesta 1ª fase de entregas 6 ambulâncias – para os municípios de Rio Branco (2), Cruzeiro do Sul (1), Capixaba (1), Porto Acre (1) e Bujari (1) – para agilizar ainda mais o atendimento que tem sido feito aos seus 691.132 habitantes.
A expansão do Samu é conjugada à ampliação da cobertura populacional da Estratégia Saúde da Família e ao investimento em programas que têm o objetivo de estimular a alimentação saudável e reduzir o tabagismo, o abuso de bebidas alcoólicas e drogas ilícitas, como a campanha contra o crack. São ações em parceria com estados e municípios que demonstram a importância da adesão de todos à cultura de prevenção de doenças e promoção da saúde.
As Upas tornam-se mais um elo nessa rede assistencial, já que, com elas, o destino dos pacientes não será mais a emergência dos grandes hospitais metropolitanos. Afinal, mais de 90% dos casos podem ser resolvidos nessas unidades, que atendem pa-cientes com problemas de menor gravidade, como fraturas, queimaduras ou mal-estar. Isso foi verificado em outras localidades onde as Upas já operam, em articulação com outros serviços de saúde, como o Samu/192 e as equipes de Saúde da Família.
Desde o ano passado, o Governo Federal liberou R$ 656,8 milhões para construção e equipamentos de 329 Upas – duas delas, por enquanto, no Estado do Acre, em Cruzeiro do Sul e em Brasiléia, com um investimento de R$ 3,4 milhões. Para custeio dessas duas unidades, são previstos mais R$ 3,3 milhões por ano do Ministério da Saúde, assim que forem inauguradas.
O objetivo é chegar à marca de 500 Upas com recursos liberados até o final do ano no país. Com todos esses serviços integrados, permitiremos que os hospitais estejam disponíveis para atender os casos de maior gravidade. São ações como estas que demonstram o esforço contínuo para uma melhor organização da rede de assistência à saúde e para o fortalecimento do Sus, uma das maiores conquistas da sociedade brasileira.
* José Gomes Temporão é ministro de Estado da Saúde.