Nada melhor que um ano decisivo de eleições para sindicatos e centrais sindicais pressionar o governo, e, assim, ter suas reivindicações atendidas. Na manhã de ontem, o Centro da Capital se transformou no palco de concentração de trabalhadores filiados aos mais distintos grupos sindicais. Assim como a diversidade sindical, a pauta de pedidos a ser apresentada ao Palácio Rio Branco é infinita.
A principal reivindicação, como não poderia deixar de ser, é a redução da jornada de trabalho de 44 horas para 40 horas semanais. A proposta tramita no Congresso nacional e enfrenta bastante resistência por parte dos empregadores. Já para os defensores da redução, ela proporcio-nará a geração de mais empregos, além de melhorar sensivelmente a qualidade de vida dos trabalhadores. Sindicatos querem reduzir a jornada mas sem mexer em seus ganhos.
O movimento realizado ontem mostrou que o governo petista acreano, que sempre teve ligações estreitas com o movimento sindical, precisará ter jogo de cintura para não perder um forte aliado, e passar por dificuldades no pleito eleitoral. Um dos mecanismos para ganhar a simpatia dos líderes sindicais é abrir as torneiras das verbas públicas e conceder reajustes e reposições tão desejados.
A Prefeitura de Rio Branco também está na mira dos sindicatos. O município, aliás, foi o que mais sofreu nos últimos anos com a queda de repasses federais por conta da crise financeira. Com caixa vazio, ficou quase impossível atender a demanda de seus funcionários. Em ano eleitoral, cabe observar o comportamento da prefeitura petista. Entre os sindicatos reunidos ontem estava o maior de todos: o da Educação.
A categoria dos professores exige um aumento real de 15%. Mas não é só a Educação que quer reajuste nesse patamar. Saúde, Segurança, além de outras funções diretas e indiretas do governo pleiteiam por salários maiores. Governo e sindicatos precisam sentar a mesa e chegar a um consenso antes do dia 30 de junho, prazo final estipulado pela legislação eleitoral para a concessão de reajustes em ano de eleições.
Ainda no embalo das Eleições 2010, os líderes do movimento que representam os trabalhadores do Estado, a principal força motora da economia local, vão reivindicar o pagamento dos precatórios. Com processos que se arrastam há décadas na Justiça, o pagamento de indenizações trabalhistas é postergado sucessivamente pelo governo. Em alguns casos, os valores são milionários.