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Filhos de ex-hansenianos querem indenização do Governo Federal

A Gazeta do Acre por A Gazeta do Acre
28/03/2010 - 02:02
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A política de isolamento compulsório para pessoas com hanseníase, nas décadas passadas, os transformou em órfãos de pais vivos. Arrancados dos braços de suas mães logo após o nascimento, foram levados a abrigos e lá mantidos como prisioneiros.Maria-jose
No Acre, eles passam de mil e estão se unindo a outros milhares espalhados pelo país para ingressar com uma Ação Cível Reparadora pelos danos decorrente do tratamento preconceituoso e desumano a que foram submetidos.

Maria José da Silva Farias conhece bem de perto essa realidade. Ela tinha 12 anos quando, junto com o irmão de 8, foram levados de casa pela polícia e deixados em um abrigo de menores no município de Cruzeiro do Sul.

“Isso só não aconteceu antes porque a sociedade não sabia da doença de nossos pais. Quando se tornou público, passamos a ser tratados como os filhos dos leprosos e fomos separados deles em virtude disso”, conta.

Hoje, aos 49 anos, casada e mãe de quatro filhos, Maria José lembra com precisão o dia em que chegou ao abrigo. “Deram banho na gente e queimaram as nossas roupas. Por trinta dias ficamos isolados num pequeno quarto, onde mal dava para ficar em pé”, revela.

A exemplo dos pais, ela contraiu a doença, mas não chegou a ter seqüelas em virtude do tratamento iniciado logo no começo do diagnóstico. “Eu poderia ter sido tratada sem ser separada dos meus pais. Até hoje sofro com isso”, diz.

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Segundo ela, a visita à família raramente era autorizada e quando isso acontecia uma série de restrições eram impostas. “A gente não podia tocar em nada, nem nos arames das cerca e tínhamos que dar a benção de longe. Essas visitas geralmente eram carregadas de muita dor e sofrimento”, conta.

Ela diz que o dano moral sofrido é irreparável, mas acredita que uma indenização é mais do que justa para proporcionar dias melhores para aqueles que foram excluídos do convívio familiar por puro preconceito social.

De acordo com o coordenador do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) do Acre, José Gomes da Silva, as mulheres atingidas pela hanseníase sofriam preconceito até mesmo por parte de médicos e parteiras da época.

“Muitas delas tiveram que dar à luz sozinhas ou então eram auxiliadas por parentes. Depois que a criança nascia era jogada dentro de uma caixa de papelão e levadas ao abrigo”, relata.

Conforme ele, a luta está apenas começando. A ação só vai ser proposta depois que tiver sido concluído o cadastramento nacional dos filhos apartados dos pais. O lema do movimento é: “fomos afastados, mas estamos juntos agora”.

Mais de 30 já morreram à espera da pensão especial
O Morhan acreano também luta pela efetivação da pensão de R$ 750 mensais, instituída por força da Medida Provisória 373, e que deveria ser paga a todas as pessoas que foram tratadas nos antigos hospitais-colônia até o dia 31 de dezembro de 1986.

De setembro de 2007, quando foi baixada a MP, até hoje mais de 30 ex-pacientes que estavam na lista de espera do benefício já foram a óbito. Dos 600 processos encaminhados à Secretaria Nacional dos Direitos Humanos da Presidência da República, apenas 100 foram deferidos. Os pacientes que estão na lista de espera pela concessão do benefício têm entre 50 e 96 anos. O medo do Morhan é que essas pessoas continuem morrendo antes de serem contempladas com a pensão.

Além disso, os pacientes desenvolveram outras doenças como hipertensão e diabetes e têm apresentado alto grau de depressão em decorrência da longa espera do benefício. “No dia 15 de março foram concedidos mais 31 benefícios, nenhum para o Acre”, diz entristecido José Gomes da Silva, que também está na lista de espera.

Segundo ele, os acreanos estão tendo dificuldade para pleitear a pensão porque nem todos os registros dos hospitais-colônias do Acre foram preservados. Alia-se a isso a ausência da ficha epidemiológica dos pacientes, que também é exigida pelo Ministério da Saúde.

Outro erro é no preenchimento das poucas filhas encontradas. Por preconceito, as próprias famílias trocavam os nomes dos doentes no momento da internação do hospital-colônia. O Morhan buscou a ajuda da Seccional da Ordem dos Advogados no Acre para resolver o impasse.

“Além da prova documental, a lei também permite a prova testemunhal e a realização de perícia médica, caso seja necessário, mas a Secretaria Nacional de Direitos Humanos não está aceitando, por isso buscamos a ajuda da OAB”, observa.

Seqüelas ainda despertam o preconceito da sociedade, diz ex-hanseniano
“Hoje o preconceito não é por causa da doença, e sim pelas seqüelas”, lamenta Nélio Ribeiro Brasil, 58 anos. Ela tinha 8 anos quando deu entrada num hospital-colônia de Boca do Acre, no Amazonas, e apenas dezesseis quando teve amputadas as mãos e as pernas.

Algo que lhe marcou por toda a vida e até hoje não foi superado foi o fato de seu pai ter abandonado a sua mãe logo quando soube que ela estava com hanseníase. “O preconceito começou dentro da minha casa. Isso feriu a minha alma”, declarou.

No hospital-colônia viveu dias de agonia, se apaixonou, foi pai e sofreu ao ver a filha ser levada para um abrigo. “Quando eu a conheci, ela já tinha 28 anos de idade, mas graças a Deus não me relegou e teve a felicidade de ser adotada por uma família que a amava”, conta.

Nélio anda com a ajuda de duas pernas mecânicas. Vive da aposentadoria de um salário mínimo e de mais meio salário pago a título de auxílio pelo Estado. Seu grande sonho é ser contemplado com a aposentadoria especial e viver os últimos dias em paz.

 

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