X

Inclusão digital: um caminho para a consciência ecológica

Desenvolvimento sustentável, aquecimento global, reciclagem, efeito estufa, animais em extinção, reflorestamento e preservação. Estes e muitos outros são conceitos do que a inclusão digital, através da sua mais poderosa arma, a internet, é capaz de ensinar e aprimorar na mente das pessoas sobre as questões sócio-ambientais presentes em todo o mundo. A web oferece um conhecimento com potencial ilimitado, capaz de conscientizar milhares de crianças e jovens durante a formação intelectual. Somado a sua praticidade material, tal mídia torna-se uma aliada vital da natureza.
Além disso, a internet possui características importantes para o fortalecimento da ‘educação verde’. Como exemplos, a interatividade, a atualização, o alto alcance e a superação de distâncias. Ela também cria uma afinidade com o internauta bem maior do que qualquer outro meio, conferindo-lhe confiança e credibilidade em grande parte de seus conteúdos. Para se ter uma idéia, é só recordar a pouca preocupação com o meio ambiente que o planeta tinha há mais de 40 anos, quando a net não passava de um mero projeto experimental do exército e de milionários idealistas.

No Acre, desde o lançamento do programa Floresta Digital, seguido da temática de ‘DigiCarnaval’, o Governo da Floresta aposta bem alto no que o mundo virtual pode trazer à população. Em especial, à Educação. Por tal motivo, escolas públicas e privadas cada vez mais estão adotando novas tendências tecnológicas ao seu Ensino. Seja com datashows, sliders, DVDs, CDs, CD-Roms, pen-drives, computadores ou laboratórios de informática, a tecnologia está ganhando o seu espaço e formando cidadãos com acesso maior aos princípios ‘ecologicamente corretos’.

Em outras palavras, artifí-cios como a internet estão tornando-se a grande chance para os alunos, incluindo os de classes sociais baixas, terem acesso a um conhecimento atualizado, à cultura, à política, a costumes e aos modelos sustentáveis. Pelo menos é assim que avalia Francisca Bezerra, gerente de Ensino Fundamental da Secretaria Estadual de Educação (SEE). E ela ainda faz uma ressalva. Para que essa oportunidade de fato se concretize é preciso do empenho dos pais, da família e das escolas para fazer com que as crianças e jovens sigam boas escolhas de navegação pela web.

“Eu penso que esse processo é muito bom, especialmente para os jovens da rede pública. E a tendência é que as tecnologias se popularizem mais. Na parte de educação ambiental, eu acho que essa inclusão digital necessita do professor e dos pais. Eles têm papel fundamental para apontar o direcionamento de temos, de sites e de metodologias. Isso facilita a busca do aluno a estes conteúdos ecológicos. As nossas escolas já têm uma tradição grande de tratar destes temas. É um hábito. Com a internet, podemos dizer que esta é uma corrente que crescerá amplamente na rede de ensino”, comentou.

Sendo assim, cerca de 250 mil crianças, jovens e até adultos (EJA) do Estado inteiro estão suscetíveis à sensibilização ambiental estimulada pela inclusão digital. Um montante de estudantes que, como aponta a pedagoga da SEE Maria de Lourdes Pereira, terá na sua concepção intelectual um importante senso critico de como as principais questões do meio ambiente são abordadas pela sociedade acreana. “Sem contar que tal inclusão surge como um desafio a mais para o professor. Faz com que ele tenha de se atualizar para achar um caminho de aplicá-la ao aluno”, completou ela. 

Cartilha de Educação ambiental: exemplo de trabalho na SEE

A cartilha de Educação Ambiental na Escola é um exemplo claro de como novas tecnologias podem ajudar na sensibilização das causas ambientais. Adotado pela SEE desde 2008, o documento guia grande parte de como as temáticas relacionadas à natureza devem ser trabalhadas pelos professores dentro das salas de aula das escolas públicas de Ensino Fundamental. Tudo de forma bem ilustrativa e simples. 

Além de ter sido criada sob a utilização de várias tecnologias gráficas e fotográficas, a cartilha traz ao aluno um CD-Rom das suas vá-rias temáticas, além da sugestão de mais de 100 sites para a busca de conhecimento, dados, chats e fóruns on-line de discussões, associações, entidades, ações e projetos em prol do meio ambiente.

A influência digital nem sempre é boa
Por outro lado, não é só de coisas boas que o mundo on-line dedica o seu espaço. A internet também pode atrapalhar, e muito, esse processo de educação ambiental. Isso porque, os sites também trazem consigo uma infinidade de informações e mensagens subliminares que incentivam o consumismo exagerado, a produção industrial excedente, o desmatamento florestal, a poluição, a emissão de gases estufa e o desperdício. 

“Sempre tem os dois lados da moeda. O progresso digital também gera muito lixo tecnológico. Muita coisa fica pelo caminho. O celular, por exemplo, a medida que vão fazendo novos os antigos vão sendo descartados e acumulam lixos nocivos à saúde da natureza. Acontece o mesmo com a moda e várias outras correntes fomentadas pela internet. Mas, apesar de tudo isso, eu penso que a gente sempre quer apostar no lado positivo. Por isso, é importante fazer com que os pais mantenham-se atentos aquilo ao que o seus filhos estão acessando”, concluiu a gerente de Ensino Fundamental da SEE.

 

Categories: Geral
A Gazeta do Acre: