Os moradores da Vila Betel e proximidades estão revoltados com o atraso para o início do ano letivo da escola pública Francisco Bacurau. O colégio de Ensino Fundamental está fechado por um motivo bem inusitado: a ‘superpopulação’ de pombos na área. Desde o ano passado, as aves danificam a estrutura física e ainda espalham fezes por toda escola. Inclusive, tais pássaros, juntamente com outras duas pragas (ratos e morcegos), exigiram 2 reformas no local só em 2009, interditando-o durante 3 meses.
Atualmente, o colégio está impossibilitado de funcionar devido aos danos que as aves causaram no telhado. Uma dedetizadora foi acionada, mas não conseguiu resolver o problema (já que pombos são animais protegidos, portanto, não podem ser mortos). A firma até deu o seu veredicto: só uma empresa paulista especializada é capaz de fazer o serviço. Além disso, a cobertura do teto precisa de uma reforma completa. Só assim a escola voltaria a funcionar, mas ela ainda aguarda licitação da prefeitura.
Enquanto isso, os pais reclamam que as crianças estão sem estudar. De acordo com Ada Ferreira, uma das mães, todas as reformas que a escola teve em 2009 foram malfeitas. Por isso, os pombos conseguiram furar as telas de proteção e os forros do telhado. “E essa invasão só traz prejuízos. Muitos que moram aqui têm de pôr seus filhos em outro colégio, o que aumenta o custo com transporte. Eu mesma tinha um filho matriculado, mas preferi transferi-lo porque aqui não tem aula”, contou ela.
Outra mãe, Sueli Nunes de Souza, foi mais enérgica. Segundo ela, a escola enfrenta problemas com pragas por causa da falta de compromisso da antiga direção. “O colégio deveria ser para os nossos filhos, mas hoje está entregue aos pombos, ratos e morcegos porque a diretora de antes não fazia nada de concreto a respeito”, disse.
Palavras também entoadas por Paulo Cardoso, pai de 1 aluno da instituição, que ainda complementa cobrando uma solução imediata para o ‘ataque dos pombos’. “Queremos logo uma resposta, porque os nossos filhos, assim como os de outros lugares (Calafate, Esperança, Oswaldo Amorim, Bahia, etc), não podem mais ficar sem aula”, exigiu ele.
Reunião com a Seme deve decidir solução para a escola
Segundo a diretora Fabiana da Costa Silva, que assumiu a Escola Francisco Bacurau desde dezembro, a Secretaria Municipal de Educação (Seme) já foi informada sobre o problema com os pombos e sobre a necessidade da reforma no telhado. Ela conta que a Seme já marcou uma reunião com a direção, na próxima sexta-feira, 19, para averiguar a situação do colégio e buscar a melhor saída para a crise.
“Estamos cientes do que está acontecendo. Porém, esta é uma situação complicada de se resolver. Vai exigir muito de nós e da própria comunidade. O que precisamos é descobrir o que está atraindo tantos pombos para cá e, se for possível, impedir isso. De certeza, o que eu posso garantir é que nós faremos de tudo para dar um jeito definitivo nessa questão e cuidar das condições necessárias para que a escola volte logo ao seu funcionamento normal. É ruim para nós também deixar as crianças sem aula”, declarou.
Sobre os ratos e morcegos, a diretora esclareceu que a escola já conseguiu se livrar dos dois roedores. O único problema que ainda persiste é com os pombos.